domingo, 28 de novembro de 2010
Obrigada, Quintana
"O meu amor, o meu amor, Maria
É como um fio telegráfico da estrada
Aonde vêm pousar as andorinhas...
De vez em quando chega uma
E canta
(Não sei se as andorinhas cantam, mas vá lá!)
Canta e vai-se embora
Outra, nem isso,
Mal chega, vai-se embora.
A última que passou
Limitou-se a fazer cocô
No meu pobre fio de vida!
No entanto, Maria, o meu amor é sempre o mesmo:
As andorinhas é que mudam."
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sábado, 27 de novembro de 2010
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
ESPERANÇA

Emergência de hospital. Homem obeso no balcão. Menininho chega com a mãe.
-Mãe, olhe o barrigão desse homem! Barrigão! Barrigão!
Gritava o menino, olhando pra cima e pegando com o dedinho na barriga do homem.
A mãe, conversava com o atendente, como se nada estivesse acontecendo.
Eu também conversava com o atendente, só que absolutamente indignada com aquela situação. Que menino mal educado!
-Mãe, olhe o barrigão desse homem! Barrigão! Barrigão!
Gritava o menino, olhando pra cima e pegando com o dedinho na barriga do homem.
A mãe, conversava com o atendente, como se nada estivesse acontecendo.
Eu também conversava com o atendente, só que absolutamente indignada com aquela situação. Que menino mal educado!
O menino foi atendido, enquanto eu e o homem ficamos na recepção do hospital esperando a nossa vez. Percebi que o homem estava com uns pedacinhos de papel na mão e fazia diversas dobras, sem parar.
O menino saiu da consulta aos prantos. Tinha tomado uma injeção. Ele e a mãe sentaram-se ao lado do homem, mas o menino nem prestava mais atenção no barrigão.
O homem olhou para o menino chorando e com muita delicadeza lhe ofereceu um papel todo dobradinho. O menino parou de chorar e prestou atenção naquele barrigão que acabava de se transformar em um lindo passarinho de papel. Um origami. Um carinho.
O homem olhou para o menino chorando e com muita delicadeza lhe ofereceu um papel todo dobradinho. O menino parou de chorar e prestou atenção naquele barrigão que acabava de se transformar em um lindo passarinho de papel. Um origami. Um carinho.
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quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Eram tantas lágrimas que desciam por aquele rosto todas as noites, que os olhos dela sempre amanheciam roxos e inchados. Uma lágrima parou na ponta do nariz e começou um processo de cristalização. Agoniada, tentava arrancar aquela gotinha cristalizada com a ponta da unha até sangrar, mas na noite seguinte, outra lágrima parava naquele mesmo lugar e cristalizava outra vez. Ela desistiu de tentar arrancar e todas as noites alguma gotinha parava na mesma pontinha do nariz e juntava com a outra e ia crescendo. A gotinha cristalizada incomodava mais que as milhares de lágrimas que caíam todas as noites de seus olhos, pois todas as outras passavam e essa resolveu fincar raiz.
2007
terça-feira, 12 de outubro de 2010
DIA DAS CRIANÇAS
Menininho de 10 anos correndo pelo shopping, lotado, encontra uma nota de 10 reais.
- Vô, olhe o que eu achei.....
- Achou como? Onde? De quem é?
- Achei no chão. Não tinha dono não, vô. Agora é meu. Eu que achei.
- Não é seu não, meu neto. Se estava no chão foi porque alguém perdeu. E se é de alguém, temos que devolver.
- Mas, vô......devolver pra quem? É meu. Eu achei.
- Olhe só, não é certo ficar com nada dos outros.
- Mas, como é que a gente vai achar esse dono do meu dinheiro que eu achei nesse “shoppão” cheio de tantas pessoas?
- Tive um idéia: vamos deixar o dinheiro com aquele segurança ali. Ele vai devolver pra pessoa que perdeu.
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sábado, 2 de outubro de 2010
OBJETIVIDADE MASCULINA
Mulher 1: Venha cá, por que homem gosta tanto de bunda? Não consigo entender isso.
Mulher 2: Nem todos. Os americanos preferem peito.
Homem: Meninas, isso é uma questão de lógica: Americanos gostam de leite, brasileiros gostam de merda.
Mulheres: ............................................................................................................
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sexta-feira, 17 de setembro de 2010
FINALMENTE SE AJOELHOU
Foram dois minutos intermináveis. Ele caminhava de um lado para o outro do quarto.
“Terminou”, pensou Clarice, sentada na cama e acompanhando cada passo que ele dava. Eram passos cadenciados. Pareciam marcados para uma coreografia. Os sapatos dele faziam barulhos graves no chão.
Ele a olhava de cima, sentindo uma mistura de todos os sentimentos, menos culpa. A culpa era dela. Ela que tinha traído. Ela que tinha conhecido outro homem. Ele sabia de tudo.
Clarice continuava olhando para aqueles passos nervosos. Pensava em quanto havia tentado evitar tudo aquilo. Mas o acúmulo de mágoas fez com que o corpo dela não se movesse mais para ele. A pele já não se arrepiava, a mão não acariciava, a boca não abria, os olhos não se fechavam....até que apareceu o outro homem.
Uma chuva pesada começou a cair e o barulho dos pingos grossos se confundia com os dos sapatos.
Clarice se deitou na cama olhando para o teto e, por um momento, pensou ter apoiado a cabeça no peito do outro homem. Fechou os olhos e apenas escutou a chuva, os barulhos graves no chão haviam sumido. Ela entrou em um momento só seu. Tocou com as pontas dos dedos os lábios do outro homem, que, imediatamente, encostou o seu corpo no dela. Cada pedacinho da pele de Clarice tremia e ela entrou em sintonia com a vida novamente.
Escutou o barulho grave no chão. Ele voltou, parou em sua frente e se ajoelhou, colocando os cotovelos nas pernas dela, que já estava sentada. Deu um beijo em cada olho de Clarice, agarrando o seu rosto com as duas mãos. E, com uma voz suave, sentindo finalmente a culpa dentro dele, pediu perdão.
Cordoba - Argentina, 2005.
segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Céu azul acinzentado; árvores esturricadas, duras, tesas; grama seca, palhenta.
Mais de 100 dias sem chuva. Falta ar. Parece que estou em uma cúpula gigante de vidro. Toda vez que vislumbro a Esplanada, sinto que a terra é realmente redonda. E que estou dentro dessa cúpula inquebrável e sufocante, igual ao episódio dos Simpsons, onde Springfield está tão poluída que precisa ser isolada por uma redoma de vidro. Aqui, a poluição está fora da cúpula, mas parece que o ar também ficou por lá.
Mais de 100 dias sem chuva. Falta ar. Parece que estou em uma cúpula gigante de vidro. Toda vez que vislumbro a Esplanada, sinto que a terra é realmente redonda. E que estou dentro dessa cúpula inquebrável e sufocante, igual ao episódio dos Simpsons, onde Springfield está tão poluída que precisa ser isolada por uma redoma de vidro. Aqui, a poluição está fora da cúpula, mas parece que o ar também ficou por lá.
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sexta-feira, 27 de agosto de 2010
EM CASA
Hoje me vi parada em uma sinaleira, quase na frente da catedral, cantando Madonna bem alto (....cause you got the best of me....), com uma pinça na mão e tirando fios sobressalentes da minha sobrancelha. Só posso estar me sentindo em casa. Acho que gosto de Brasília. rsrsrs
http://www.youtube.com/watch?v=rSaC-YbSDpo&ob=av2e
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