sábado, 31 de dezembro de 2011

FELIZ 2012!!


Obrigada, Deus, por tudo que realizei neste ano!
Que venha 2012 com muita saúde e só coisas boas!!

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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

“Que escada comprida. Não acaba nunca!”, pensou Romilda, enquanto levantava, uma de cada vez, as suas pernas pesadas, e subia mais um degrau. Acordou às três da manhã, ou melhor, duas, no horário de Deus; preparou o feijão do almoço dos meninos; tomou um banho gelado e foi pro ponto, pegar o ônibus lotado pra fazer o exame da barriga doída. Uma amiga da patroa conseguiu que ela fizesse em um lugar particular, a dor era muita. Era em um “Day Hospital”, coisa de rico. Mas era favor, ia demorar, talvez o dia todo esperando. “Isso não era problema nenhum. O feijão dos meninos já estava pronto.”. O prédio era alto, o exame ia ser no sétimo andar, mas ela não entrava naquele “troço” fechado por nada nesse mundo. Subiu de escada, morrendo de dor, o remédio não fazia mais efeito. Chegou, encharcada de suor gelado e passando muito mal, a pressão estava baixa, só tinha tomado um golinho de café ralo antes de sair de casa. Não se aguentou, caiu de vez no chão da recepção e não viu mais nada. Acordou deitada em um leito de observação, com vários fios presos ao corpo. Um homem alto a observava, devia ser o doutor.  “D. Romilda, está se sentindo melhor? Eu sou o Dr. César. Tenho uma coisa importante para te dizer.”.  Ela só respondeu com a cabeça, não tinha força pra falar.  “A senhora, vai precisar ficar alguns dias aqui, vamos ter que operar de urgência. A senhora está tendo uma hemorragia interna, um sangramento forte”. Ela arregalou os olhos e com o restinho de força que aparece quando se entra em desespero, deu um grito: “Mas doutor e quem vai fazer o feijão dos meus meninos?????”

Ilustração - Pati Woll

domingo, 25 de dezembro de 2011

FELIZ NATAL PUNK

Começo o dia de hoje, assim, bem suave: Bom saber que ensinei coisas boas pra uma pessoa, mesmo sabendo que ela nunca vai reconhecer isso...... pena que ela esteja desperdiçando tudo o que aprendeu, com as pessoas ruins que está convivendo. Tomara que não desaprenda tudo.
E termino assim, bem violenta, em um desabafo forte e necessário!!!!!: Você e seu grupinho de crápulas, vão se FUDER, todos juntos, em uma grande suruba!!!!!!!!!

Sorry, Jesus, por ser logo no dia do seu Aniver. rs

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011


O livro ficou aberto ao meio, na mesinha de madeira, da varanda da casa. Ela interrompeu a leitura, na página 435, e o vento suave, quase uma brisa de final de tarde, passava as páginas de um lado para o outro. Muitas vezes chegava até o final, e logo em seguida retornava ao início. Era um vai e vem sem pressa, igual acontecia na vida dela, quando estava seguindo em frente e um vento febril a fazia voltar.
Era necessário, agora, que ela pegasse o livro de onde parou, e sem intervalos, chegasse à página 870.

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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011


Minha lua em touro traz a necessidade de rotina, de segurança, de estabilidade - tudo que muita gente abomina. Ter uma vida tranquila é o que mais quero. Mas, tudo ao meu redor é instável. Sempre foi assim. Não consigo relaxar nunca. Sempre cheia de preocupações e responsabilidades.   
Pensar menos, talvez seja a solução para viver com a cabeça leve, sem angústias e medos. Ou, simplesmente, entrar fundo no amor e sentir a única sensação que me faz forte.
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quarta-feira, 7 de dezembro de 2011


Conversando sobre a vida com um amigo, chegamos a um impasse: existe a “pessoa da sua vida”, ou, transformamos qualquer um que queremos na “pessoa da sua vida”?
Eu, romântica, acredito, ou melhor, quero acreditar, que existe a pessoa da minha vida. Cansei de tentar transformar pessoas cheias de “coisas” que não admiro, na minha pessoa admirável.
Meu amigo, cético, ou melhor, decepcionado, não acredita nessa pessoa ideal.  E não quer casar novamente.
Eu vou continuar gostando de casar e acreditando no amor, mas, agora, tendo um pouco mais de cuidado pra identificar a “pessoa da minha vida”, porque sei que ela está bem por aqui, ansiosa por me encontrar.
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quarta-feira, 30 de novembro de 2011


Ei, você aí! Você mesma, que está comendo minhas raspas e meus restos. Aproveite bem, porque essa comida foi bem cuidada, mesmo que você nem saiba como era antes. Mas, olhe, cuidado com a digestão. Não vá vomitar de volta. É melhor deixar descer e virar merda.

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segunda-feira, 28 de novembro de 2011


Toda vez que sinto muito forte a sua falta e que sofro intensamente com isso, Deus me faz o grande favor, de mostrar, com todas as letras e imagens, o tamanho do buraco que você cavou com calma e sutileza,  para, depois, tapar com uma falsa cobertura, onde, pelas sua próprias mãos, fui levada a pisar.
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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Tenho evitado pensar, para continuar seguindo em frente. Tenho evitado lembrar dos nossos últimos momentos, tão sofridos. Mas, hoje, remexi uns sentimentos inadiáveis e me senti estrangulada no peito, com uma saudade doída de meu pai.
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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

LOVE 3

XY – Vamos casar?
XX – Como assim?? A gente acabou de se conhecer.......
XY – Você deve achar que sou louco, né? Mas, sabe.... a vida é tão efêmera e não quero que você seja só uma passagem na minha.
XX – Estou ficando com medo.........você pode não ser real.....
XY – Eu sou real. Posso não ser comum, mas estou aqui do seu lado, te pedindo em casamento. E isso é real......não se assuste. Vamos casar na sua igrejinha de Humaitá, como você sempre quis.
XX – Me dê sua mão.......te tocar me faz tão bem...... mas, quando penso que você tem tanta coisa pra viver que eu já vivi.
XY – Olhe, entenda uma coisa.........não quero viver nada sem você.     Agora, não fale mais. Aperte minha mão, sem medo....e sinta o meu amor pra sempre.
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segunda-feira, 14 de novembro de 2011


Terminar um relacionamento que ainda tem amor, é como fazer um aborto - arrancam o "ser", e, a dor, fica entranhada na alma.
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sábado, 12 de novembro de 2011


De repente não me lembro mais dos seus olhos. Visualizo, apenas, as suas sobrancelhas grossas, que, tantas vezes, passei os dedos e lábios. Sinto, cada vez mais forte, a dor da confirmação do fim.
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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Durmo na mesma cama em que dormíamos.
Ao meu lado, agora, dorme um casal de macacos de pelúcia. Eles nem me notam, mas, pelo menos, com eles, tenho a certeza de que o problema não está em mim.

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LOVE 2

XY - Seu olhar é muito profundo.
XX - E isso é bom ou ruim?
XY - É apaixonante e assustador. Parece que você está entrando nos meus pensamentos.
XX - Não.....nem se preocupe......estou entrando nos meus.

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domingo, 6 de novembro de 2011

LOVE 1

E veio o beijo. O beijo suave que ela sabia que seria. Suave e doce como "waiting for the moon to rise", que tocava bem baixinho no som da sala.
XY - Como alguém conseguiu se separar de você?? Você é uma mulher da "porra"!!
XX - Sabe que toda vez que estou muito mal, digo para mim mesma exatamente essa frase: eu não mereço ficar triste, eu sou uma mulher da "porra"!! Engraçado você me falar isso.
XY - Por que demorou tanto pra gente se conhecer?? Quanto tempo perdi na minha vida!
XX - Porque eu tinha que ser quem eu sou agora -essa mulher da "porra"! 

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quinta-feira, 3 de novembro de 2011

LOVE

XY - Ei, posso te falar uma coisa?
XX - Hãn? É comigo?......pode sim.
XY - Você é a mulher mais bonita desse bar.
XX - Ai, que cantanda mais fajuta.
XY - rsrs. Não, não é uma simples cantanda. Estou te falando o que acho.
XX - Tá bom. Com tantas mulheres lindas por aqui, você quer realmente que eu acredite nisso?
XY - Quero sim. Estava te olhando desde o momento em que você entrou nesse bar. Sou geminiano, observo todos os detalhes.
XX - Sei. Também sou assim.
XY - Você é de gemeos também?
XX - Não....
XY - Qual o seu signo?
XX - Aquár.....
XY - Não fale!! Ah, falou.......aquário. Eu ia tentar adivinhar.
XX - Você é astrólogo por acaso? Herculano Quintanilha, o Astro? rs
XY - rsrsrsrs. Nem tanto.
XX - Quantos anos você tem?
XY - Quantos você acha que eu tenho?
XX - Vinte e poucos.
XY - Errou!! Vinte e muitos.
XX - Ah, grande diferença! rs. E eu? Quantos anos você acha que eu tenho?
XY - Vou adivinhar. Me dê três chances.
XX - Tá.
XY - 22.
XX- Hahahaha, que piada. Sério. Pare de brincadeira.
XY - 28. Agora é sério.
XX - Não é sério. Você continua com brincadeira.
XY - Eu tenho 28. Por que você não pode ter 28? Mas, tudo bem, me dê a última chance. Quantos namorados você já teve?
XX - Namorado vai ser complicado de te responder, mas posso te dizer que já fui casada. Serve?
XY - E tem filhos?
XX - Tenho um.
XY - Que tem quantos anos?
XX - 22.
XY - Agora é você que está brincando. Você não tem um filho de 22 anos.
XX - Tenho sim. Agora já dá pra você adivinhar a minha idade.
XY - ???????
XX - Eu tenho 42 anos. Ainda sou a mulher mais bonita deste bar?
XY -  Mais bonita não, agora você é a mais linda.

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PERDÃO

Algum dia ela o perdoará. Não do modo que ela deseja. Nem porque ele irá pedir perdão. Mas, porque, em algum momento, ela deixará de se importar. E as mágoas irão se dissolver, no meio de tanto nada.
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terça-feira, 1 de novembro de 2011

O medo vem da falta de confiança.
Não confiar mais em alguém, gera um terror fatal, com nenhuma possibilidade de retorno.
De nada adianta a própria confiança, se não controlamos o que temos por dentro, e, muito menos o que está fora de nós.
Isso amedontra e paralisa. Não nos faz pessoas melhores. Porque o medo não perdoa, e alcança rapidamente a nossa vontade de mudar.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011


Existem pessoas, täo voltadas para si próprias, que conseguem a proeza de se vingar delas mesmas.
E, a você, só resta, lamentar por elas, e, aplaudir de pé.

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segunda-feira, 24 de outubro de 2011


Encharcada de chuva, olhava para aquele homem em sua frente, sem acreditar no que ouvia:
- Mas é isso, meu gatinho (era assim que ele a chamava, por causa dos cabelos curtinhos), quem foi “arriado os quatro pneus” por uma pessoa, não esquece as coisas importantes que ela fala. E eu nunca me esqueci de quando você me disse que, se alguma vez, fosse casar, teria que ser na Igrejinha de Humaitá, ao som de “waiting in vain”, de Bob Marley.
Ela deu um abraço tão forte nele. Sentiu uma sensação tão boa. Tinham namorado muito rapidamente, quando ela tinha 26 anos e ele 22. Ela tinha acabado uma relação com um homem dez anos mais velho e estava sofrendo muito quando se conheceram. Por isso, não conseguiu se envolver. Mas, ele, se apaixonou perdidamente e ficou muito mal quando ela não quis mais ficar com ele.
16 anos já tinham se passado e ele se lembrou de algo que ela nem lembrava ter lhe dito. Algo altamente significativo para ela, que nunca aconteceu e que nunca deixou de ser desejado. A lembrança dele reforçou a contradição da felicidade daquele momento, com a dor por saber o quanto é terrível não ser importante para alguém - Ela havia acabado de terminar outro relacionamento de quase 10 anos, com um homem, que em momento algum se lembrou do que ela tinha falado para ele, no início, quando começaram. Por várias vezes, ela colocou a música, esperando alguma reação “bonitinha” dele, mas, para ele, era apenas mais uma música legal de Bob Marley.
E assim, encharcada, ela tomou mais um tapa na cara do “acaso”.
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sábado, 22 de outubro de 2011


Essas pessoas não me pertencem.  Estão em todos os lugares. Espalhadas por aí como formigas atrás de açúcar. Se alimentam, principalmente, dos restos de comidas, deixados por mim.
Pessoas que nunca fariam parte do meu mundo, mas, que, de penetras, hoje em dia, fazem parte dele.
Mas, o mesmo vento brusco, que levou, sem me pedir licença, pessoas queridas, se encarregará, agora, depois de uma boa dose de aprendizado, de retirar, essas, que, do nada(?), ivadiram  o meu caminho.
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quarta-feira, 19 de outubro de 2011


A gente nunca perde por amar uma pessoa. Quem perde é o outro, quando não sabe receber esse amor.
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E assim se foi mais um dia, sem a sua presença.
Fique bem atento.....vou acabar me acostumando com isso.
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segunda-feira, 17 de outubro de 2011


Ela era tão bonita, parecia uma francesinha. Tinha os cabelos curtos, castanhos e os olhos cor de mel, quase dourados. Ele, olhava fixamente para aquela nuca, totalmente exposta, queria encostar os lábios suavemente, e, com a sua língua, marcar de saliva a pele branca.
Estavam em um show, e, de tão próximos, os seus cheiros se misturavam. Com o balanço do som, algumas vezes, seus corpos se encostavam.  A voz e o sopro da respiração dele acarinhavam os cabelos dela.
Ela não agüentou - virou para trás, sorriu e cantou junto com ele a sua música preferida. Ficaram assim cantando um para o outro, aquela, que seria, a música do amor deles.
Juntaram as mãos, os corpos e as almas - para sempre - com a intensidade do desejo guardado.
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segunda-feira, 10 de outubro de 2011


Foram tantas perdas. Tantas dores e mágoas. Tantos medos crescidos. Tanta coragem ao mesmo tempo. Tanta força adquirida. Tanta solidão. Tanto apoio no meio da rejeição. Tanta insegurança e tanta confirmação. Foram tantos contrastes. Tantas dúvidas. Porém,  com a perene certeza de que um dia terei todas as respostas.
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domingo, 9 de outubro de 2011


Bem perto daquele lugar, existia um outro lugar, onde nunca estivemos.
E bem perto de onde nunca estivemos, estávamos nós -
desamparados.
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sexta-feira, 7 de outubro de 2011

O que faz uma pessoa ser filha da puta e achar que não é??
Demência??

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segunda-feira, 3 de outubro de 2011


E, eu, vivendo em suspenso. Me sentindo entre parênteses, como quando estou  viajando a trabalho - existindo, mas, esperando voltar para a vida real.
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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

O amor é tão simples.....................
...........................quando se sente.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011


Estava escuro. Tinha acabado de faltar luz. Ela foi tateando do quarto até a cozinha pra encontrar o pacote de velas.  Era uma noite chuvosa e fria - sombria. Abriu a porta de cima do armário, onde ficavam as coisas não comestíveis, e, de primeira, achou as velas. Agora, onde estaria a caixa de fósforos? O fogão era elétrico. Só usava fósforo pra acender incenso. Foi até a sala e enfiou a mão na cristaleira de madeira de demolição. Estavam lá, os fósforos e os incensos. Espalhou as velas pela casa e deixou o incenso aceso na sala. Solidão e pensamentos de tantos absurdos acontecidos. Momentos que não voltam nem de outra maneira. Aproveitou as velas e rezou pelas enganações, sujeiras e injustiças. Um dia, breve, a energia será diferente. E a claridade das chamas, será tão forte e tranqüila que fará da amargura, a paz.
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terça-feira, 20 de setembro de 2011


Ela sempre cobrava mais do que ele dava. Não era nada material. Ela só queria que ele fosse uma pessoa melhor. Mas ele não tinha sensibilidade pra enxergar o que era amor e cuidado. Nunca tinha sentido isso....
Que pena.
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segunda-feira, 19 de setembro de 2011


Engraçado: outro dia, ouvi de uma mulher que se separou há pouco tempo, que estava feliz da vida por estar solteira.
Que bom pra ela.
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terça-feira, 13 de setembro de 2011


A vida é uma batalha e o negócio é nunca cansar.
Eu canso, mas continuo lutando. Não tenho permissão para parar. Só peço a Deus que me dê força pra enfrentar o medo e o isolamento.
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quinta-feira, 8 de setembro de 2011


XY.1 – Pois é, man, estou saindo com aquela loira gostosa.
XY.2 -  E é gostosa mesmo? Porque ela é feia pra caralho!! Parece uma bruxa.
XY.1 – Man, a mulher já foi logo me fazendo um boquete, no carro mesmo. E me deu “a bunda” na primeira noite. Sabe daquelas mulheres que não tem frescura?
XY.2 – Porra, véi, pode dar o cú que for, não encaro aquele bagulho não. E a vergonha de sair com ela com aquele shortinho jeans curtinho e atochado. Outra coisa, ela se acha boazuda, mas é gorda, isso sim.
XY.1 – Cê é viado é????? Não reparo nisso não.
XY.2 – Viado não, sou homem, mas tenho critérios. Você é que gosta de mulher bozenga, eu não.  Não saio por aí comendo qualquer uma não. Só me envolvo com quem conheço. Não achei meu pau no lixo!!
XY.1 – Que exagero da zorra. Ela foi mulher de nosso amigo, não é qualquer uma. Inclusive, ela tem essa cara de putona, que foi o que me fez ficar interessado por ela, mas, fica colocando no facebook que está apaixonada e que quer alguém pra namorar sério. Já não gostei disso. Eu sou super discreto com as minhas pegações, mas essas mulheres ficam se expondo e, consequentemente, acabam me entregando junto.
XY.2 – Quem manda você ficar pegando essas mulheres amigas entre si. Você tá querendo confusão mesmo. Até parece que não conhece mulher. Ainda mais mulher vagabunda, que adora roubar o homem da amiga pra provar que é melhor. Olhe, você que sabe da sua vida. Prefiro que achem que sou viado. Deus me livre de comer esse tipo de mulher. Boa sorte. Só espero que você esteja usando camisinha, porque pra uma dessas aparecer grávida, é daqui pra ali.
XY.1 – Nem me fale uma coisa dessa, man. Prefiro ter AIDS a ter um filho.
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XY.1 – Mas é verdade.   Prefiro mesmo. Sim....mas, vamos falar de você..........tá apaixonado, é? Sua conversa está muito estranha. Parecendo conversa de mulherzinha.
XY.2 – Rapaz, não quero falar mais não. Sério mesmo. Depois a gente continua, tá? Vou nessa. Abração.
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segunda-feira, 5 de setembro de 2011


E lá se vão as palavras ao vento, e, no meu ouvido, elas entram de susto. Hoje em dia, não me enraivecem tanto, essas palavras informativas. Me deixam doente, enojada, quase cruel. Mas no fundo, sinto mesmo é dó, dessas pobres almas apodrecidas.
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Um sorriso sem dente me deixa tão triste que abala qualquer tipo de estrutura em que eu esteja apoiada.
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quinta-feira, 1 de setembro de 2011


Clarice devia ter uns sete anos quando viu de perto, pela primeira vez, aqueles dois pedacinhos de vidro, presos por uns fios de ferro. Ficou encantada. Não tirava os olhos do rosto daquele jovem, que entrou na sala, enquanto ela arrumava, junto com sua mãe, a mesa para o jantar.
Era filho de uma prima distante e iria morar com eles por alguns anos, até terminar a faculdade de letras.
O rapaz foi levado ao quarto que seria dele. Ficava no andar superior da casa, em frente ao de Clarice. Era uma vida que acabava de começar.
Após o jantar, foram para a biblioteca. Clarice deitou no colo do pai. Sua mãe, como de costume, abriu um livro, que não era para crianças, e começou a ler um conto, em voz alta. O jovem se adaptou perfeitamente a esse costume de leitura noturna e logo nesta primeira noite, com muito prazer, leu um texto que havia selecionado de um dos livros.
Clarice parecia enfeitiçada por aqueles vidrinhos mágicos e seus olhos não mudavam de direção enquanto ele lia. Hipnotizada, olhava fixamente para aquelas duas íris cor de mel, dilatadas, atrás dos vidros.
Depois de ler a última palavra escrita na página, ele se calou, fechou o livro e tirou os óculos. Clarice, ainda em seu estado de torpor, os seguiu com os olhos enquanto eram colocados, pelo jovem, na mesinha de centro.
Todos foram dormir, menos a pequena Clarice, que esperou ansiosa as luzes se apagarem, para tocar naquele tesouro que havia sido esquecido por seu dono.
Com muito cuidado pegou aqueles vidrinhos que pareciam vivos, e, exatamente como o jovem fazia, colocou em seu rosto.
A sala começou a mudar de cor, ficou mais clara. No forro da poltrona à sua frente, apareceram várias florezinhas que nunca estiveram ali. Os livros, ao invés de terem manchas brancas em suas capas, agora tinham títulos, palavras, letras. Coisas começaram a surgir do nada. Ela descobriu um outro mundo ainda nunca visto.
Agora, sabia que por trás de toda explicação lógica que sua mãe havia lhe dado, sobre a importância daqueles vidrinhos, existia algo especial. Algo como a paixão. E, que, apesar de ser apenas uma menininha de sete anos, nunca mais queria ver a vida de outra maneira.
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Cordoba, 2005.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011


-Cansei de esperar.
-Não me diga que você ainda esperava alguma coisa desse cara.
-Esperava sim. Esperava que ele mudasse.
-Não. Não é possível!
-Pois é.
-Ele não vai mudar porque não quer. Pelo amor de Deus, esqueça isso.
-Me dá pena ver uma pessoa ser assim.
-Mas, entenda......se ele te quisesse, ele não seria assim.
-Mas, entenda também..........tenho saudade. Muita saudade de tudo que vivemos. Embora junto com essa saudade também tenha muita dor.
-Vai passar. Fique tranqüila. O vento leva. Lembre que antes, quando vocês estavam juntos, essa dor era contínua, agora, aparece só de vez em quando, não é?
-É. Agora, a dor vem pela certeza.  Antes, era uma dor da previsão do que viria. E me acompanhava noite e dia.
-Sim.....e você pensa fazer o quê?
-Nada. Não posso fazer mais nada. Esse seria o momento de consertar tudo, mas, ele preferiu passar a vez.
-Me faça um favor..... entregue esse “ser humano” para Deus.
-É....... vou entregar. Mas, será que Deus vai aceitar??
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terça-feira, 30 de agosto de 2011


Você está quieta no seu canto, vivendo a SUA vida, e, do nada, aparece um louco desequilibrado e te dá um tapa na cara..........
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domingo, 28 de agosto de 2011


É foda confirmar, a cada dia, que você esteve por anos com uma pessoa, que sempre desistiu de você!
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PARABÉNS PRA VOCÊ!


Ele já tinha bebido bastante. Era a hora do “parabéns pra você”. Se reuniram em volta da mesa. Ela bem pertinho dele, alguns amigos e aquele cara chato que não parava de falar. Ele apagou as 40 velinhas. Cortou o primeiro pedaço do bolo. Segurou o prato e nem percebeu o peso da representatividade daquela delícia cheia de cobertura de chocolate. Ela já sabia o que iria acontecer.  Ele entregou sem pestanejar o prato para o cara falante, com a desculpa, silenciosa, de que, assim, o “mala”, deixaria de chatear todo mundo. Porém, o cara ficou tão sem graça que não aceitou. Na verdade, todas as pessoas ficaram sem graça com a situação. Todos esperavam que ele fosse dar o primeiro pedaço do bolo para sua mulher.
Segundo ele: o que eram esses “pequenos momentos ruins”, para quem queria passar uma vida inteira junto com ela?!.... Sem forças para argumentar e pensando em seu amanhã, ela, engoliu o bolo em seco e foi chorar.
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quarta-feira, 24 de agosto de 2011


Ela chegou sozinha, sentou em uma mesa e pediu uma jarra de água de coco. Ele chegou sozinho, sentou em uma mesa, ao lado da dela e pediu uma jarra de água de coco, uma garrafa de Whisky e um balde de gelo.
Ele vestia uma camisa de malha branca, com a etiqueta para fora, pendurada nas costas; uma bermuda cinza; uma meia, branca, alta e um tênis desses de correr. Estava sentado meio de lado. Ela via sua nuca e o perfil do seu rosto. Ele não percebia que estava sendo observado e agia naturalmente. Mas, quando se é observado com insistência – e ela estava fazendo isso, pois não tinha outra coisa para passar o tempo – em algum momento se percebe o observador. Foi o que aconteceu. Ele se virou de supetão e deu de cara com o olhar dela. Mas, com o susto, ela desviou o rosto e não viu se ele continuou olhando para ela ou para as pessoas que estavam na mesma direção. O olho dele era bonito, cor de mel, sobrancelhas grossas, exatamente como ela gostava - com uma mirada séria e triste. Ela teve vontade de chegar perto, perguntar o nome dele e pedir licença para colocar a etiqueta para dentro da camisa, mas cadê a coragem?
O show começou e ela se levantou, ficou ao lado da mesa. Ele continuou sentado no mesmo lugar, bebendo alternadamente os seus dois copos - um com whisky cheio de gelo e o outro com a água de coco. Durante toda a noite eles se olharam, e só. Não se comunicaram de outra maneira.
Acabou o show, ele pagou a conta, fez a marcação na garrafa de whisky, se levantou e foi embora, sem olhar para trás. E ela, ficou com a sensação de que podia ser mais sem vergonha.
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domingo, 21 de agosto de 2011


E a fofocagem só aumenta, e o meu nojo também.....

sexta-feira, 19 de agosto de 2011


Clarice teve a confirmação de uma suspeita e ficou destruída mais uma vez. Porém, mesmo infeliz, o fato de que a desconfiança não era nenhum delírio de sua imaginação, a fez sorrir por dentro.  E a sensação de mostrar para todas as pessoas que ela estava certa, misturava o desgosto com o triunfo.
Mas, mesmo com a estrela imensa que tinha, Clarice não conseguiu evitar mais esse adeus forçado.
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quarta-feira, 17 de agosto de 2011


Coisa mais bonitinha, Lilica, parada na porta da varanda, com a cabeça para o alto, olhando a noite e aspirando, o ventinho suave, que entra pela casa.
Parece que está pensando delicadamente na vida. Em algum amor que está longe, nas contas que tem para pagar, no parente que se foi, no egoísmo das pessoas, ou simplesmente em como somos felizes por estarmos vivos.
Contudo, ela não pensa, apenas sente. E mesmo sem pensar, fica triste. Sente, sem saber o que sente. E sofre, também, sem saber o que sente.
E eu que sempre achei que o sofrimento apenas vinha da junção do sentir com o pensar, me enganei completamente, e percebo, agora, através de Lilica –não pensante -  que tanto o pensar, quanto o sentir, podem sozinhos, nos causar a dor.

Ilustração - Pati Woll

Um dia, passarei na sua frente, livre dessa dor. E, sem raiva alguma, te jogarei beijinhos, my Love. Com o mesmo desprezo, que você sempre me dedicou.
(Smack!)
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sábado, 13 de agosto de 2011


Estava, eu, em um engarrafamento na frente do quartel de Amaralina, indo na direção Pituba-Ondina, quando, me aparece, na calçada da esquerda, um ser, feminino, andante, cor de jambo, cabelos longos, encaracolados, vestindo uma roupa mínima e chamativa. Tomei um susto matutino, que, para variar, me fez pensar na vida. Ela desfilava com seu shortinho jeans, minúsculo, enfiado na bunda, que, diga-se de passagem, era uma “senhora” bunda; um top rosa, que não cobria nada da barriga saliente; uma sandália Ipanema rosa também, para combinar com o top; e a cabeça erguida na direção de qualquer alvo. O mais interessante era o seu modo de andar: pernas levemente abertas (acredito que por ter as coxas tão grossas, as partes internas deviam roçar uma na outra e incomodar a moça); a bunda se deslocava da esquerda para a direita e vice versa, de uma maneira tão pesada, que parecia que em algum momento, aquele bundão poderia despencar. Eram movimentos, que, apesar de carregados, pareciam suaves e cadenciados.
Mas, voltando ao meu “pensar na vida”, pensei mesmo foi na atração que esses seres exercem em determinadas pessoas – homens, principalmente. E homens, que, eu, pelo menos, nunca imaginaria. Para mim, que não sou macho, assisto e acho somente uma cena engraçada, chegando quase a ser ridícula. E não consigo imaginar que o ridículo excite alguém. Na verdade, pessoas pensam e sentem de maneiras diferentes, e, mesmo aquele homem que se diz o mais culto, o mais inteligente, o que só gosta de coisas sofisticadas, pode sentir tesão por algo ou alguém que não seja culto, nem inteligente, nem sofisticado, mas, que  apenas “aparente” ser uma boa “foda”.
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quarta-feira, 10 de agosto de 2011


Em uma entrevista, Xico Sá falou que o facebook aumentou a dor do amor. É verdade. Antigamente, nos separávamos de alguém e sabíamos notícias dessa pessoa, apenas, quando vinham nos contar, ou, quando, por acaso, nos encontrávamos com a pessoa em algum lugar comum. Hoje em dia, com as redes sociais, principalmente com o facebook e os seus perfis e murais abertos, sabemos da vida de algumas pessoas, em detalhes, como se estivéssemos convivendo diariamente com elas. Mas, na verdade, virtualmente, convivemos e participamos sim, da vida delas. E, elas, das nossas.
E assim, ficamos sabendo de coisas que fazem perdurar a dor, mas, que, também nos deixam mais espertos e mais seletivos para os nossos próximos relacionamentos.
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terça-feira, 9 de agosto de 2011


E o dia 09 está indo embora............e, agora, definitivamente, por sua escolha, passarei a borracha não apenas onde esperava apagar, mas em todo o seu rastro.....
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Neste dia, esperava ser maravilhada por uma mudança positiva, onde todos os meus simples desejos fossem realizados........apesar dos 10 anos que não conseguiram chegar lá.
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domingo, 7 de agosto de 2011


Clarice, mesmo sofrida, não se surpreende com outra notícia que ouve sobre o egoísmo, a covardia e a mesquinhez dele. Só fica ainda mais triste, magoada e desiludida porque não vê qualquer melhora, apenas enxerga, bem claro, o quanto não terão mais nenhuma chance juntos.
Coisa deprimente é sentir qualquer tipo de amor por quem não presta.
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Ilustração-Pati Woll
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sexta-feira, 5 de agosto de 2011


Tarde da noite. A pista vazia. O céu negro. O amarelo das luzes - Lembram o quanto sou frágil, e, quase nada, sem a sua presença.
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quarta-feira, 3 de agosto de 2011




XY - Casa comigo?
XX - Não.
XY - Não vai nem pensar?
XX - Não!
XY - Por quê?
XX - Você levou 09 anos pra ter vontade de casar comigo e quer outra resposta?
XY – Quero sim. Antes tarde do que nunca. Eu te amo muito. Quer maior prova do que essa?
XX – Antes tarde do que nunca?? E me pedir em casamento é uma prova do seu amor? Por isso e muito mais que não vou casar com você.
XY - ??    O que eu fiz de errado?
XX – Nada. Você não fez nada. Eu que fiz, não tenho dúvidas. Também te amo.
Ela estava usando o seu vestido cinza escuro, com a pintura da lua crescente na frente. E o reflexo da porta de vidro, lhe mostrou, aquele lindo sorriso branco.
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domingo, 31 de julho de 2011


A minha força, eu alimento do seu descaso. Pena que a minha tristeza, também.
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quinta-feira, 28 de julho de 2011


Nove da manhã, o homem, bem vestido, entrou no elevador, olhou para todas as pessoas calculadamente e se ajeitou em um cantinho. Era alto, sua cabeça ficava acima das outras. O elevador estava cheio e silencioso. Situação desagradável, mas ele não se incomodava nem um pouco, apenas observava e avaliava. Era um prédio comercial. O elevador parava em quase todos os 21 andares. Pessoas saiam, outras entravam, não tinha ascensorista. Elas começaram a estranhar aquele homem parado no mesmo lugar, e foram comentar com o segurança que também já tinha notado aquela situação curiosa.
Já eram duas da tarde e ele não sentia fome, nem sede, nem vontade de ir ao sanitário. Continuava lá como uma estátua viva. O segurança resolveu entrar no elevador pra conversar com ele, antes de tomar uma providência mais séria. Estava apreensivo, pois o homem poderia ser um suicida, um psicopata ou estar armado.
- Olá Cidadão, algum problema? Por que não sai do elevador?
Bem calmo ele responde:
- Estou me escondendo da chuva. Está chovendo muito. Não quero sair.
- Mas não pode, Cidadão. Você não pode passar o dia nesse elevador.
- Eu tenho medo de chuva, moço. Deixe eu  ficar aqui.
- Não dá não. Você está assustando as pessoas.
- Assustando por quê? Não estou fazendo nada.
- Exatamente por isso. Não é normal uma pessoa entrar no elevador e não sair.
O elevador continuava subindo e descendo, com pessoas entrando e saindo.
- Mas, moço, eu não quero sair.
- Mas, vai ter que sair, Cidadão.  Vamos logo. Vamos saindo.
E quando o elevador chegou ao térreo, o segurança começou a empurrar o homem para fora.
Envergonhado, sem reagir, saiu do elevador. Chorou quando viu a chuva e começou a correr em direção à rua. Continuou chorando compulsivamente enquanto corria para casa. Chegou encharcado. Tocou a campanhia e sua mãe abriu a porta. Ele se agarrou a ela com tanta força e tremendo chorou ainda mais. Caiu no chão e se lembrou que estava só. Não era da chuva que ele tinha medo. Na verdade, ele não queria era voltar para a sua casa vazia.
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Ô meu amor, não faça isso. A vida é tão rápida....passa assim, ó. Eu só queria andar na areia da praia com você e correr, com medo do raio, quando começasse a cair a chuva. Dar voltas de bicicleta pela rua, tendo muita atenção com os carros, por causa da historia do filho do pedreiro, que foi jogado com sua bicicleta, nos fios elétricos da rua, por um carro veloz. E fazer tanta coisa que não fizemos pelas mágoas mútuas.
Te abraçar bem forte e não te deixar ir nunca mais - isso que eu quero ......


Ilustração - Pati Woll

segunda-feira, 25 de julho de 2011


Em algum momento, a vida dela deixou de ser. 
Mas, a vida dele continuou sendo. E era exatamente como ele sempre quis. Parecia um martírio a vida com ela. Ele demonstrava o sacrifício. Ela não era, fisicamente, o que ele desejava. Até a cor da pele não era a sua preferida. Por isso, demorou tanto em decidir que deveriam ficar juntos.
Ela olhou pra frente, ao alto, e viu que as folhas verdes das árvores balançavam no ritmo do vento. Piscou o olho e aquele galho de folhas serelepes já não estava mais lá. Agora descansava seco e inerte junto à grama que crescia verde, e, seria, também, seca, em breve.


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sábado, 23 de julho de 2011

QUANDO ELE SE SEPARA E NÃO VALE A ÁGUA QUE BEBE, QUANTO MAIS....

XY - Oi. Tudo bem?
XX - Oi. Quanto tempo! Você está sumido.
XY – Pois é. Muito tempo mesmo! Estava há nove anos fora do mercado.
XX – Como assim fora do mercado?? Você estava onde?? Parou de trabalhar com publicidade?
XY – Não!!!!!! Continuo sendo o “the Best of the publicity”!
XX – rsrs. Ahhhh. Então, não entendi o que você quis dizer com esses anos todos fora do mercado.
XY – Passei nove anos casado. Afastado de tudo e de todos. Agora estou disponível novamente.
XX - ......ah, tá. (????!!!!! Eu escutei isso mesmo??)

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quinta-feira, 21 de julho de 2011


E a vida..........é pra quê mesmo?
Lutamos pra viver.........e??
e...........??
e um dia tudo se acaba......
muito sem graça isso.

terça-feira, 19 de julho de 2011

ENGANADOS, MAS, FELIZES.

Outro dia pedi pra pegar nos peitos de uma amiga que tinha colocado silicone. Sempre tive essa curiosidade! Fiquei impressionada, parecia tão natural. Não vi nenhuma diferença.
É incrivel como hoje em dia as mulheres enganam fácil - cabelos lisos por meses;  testas sem rugas; peles sem manchas; cinturas sem pneus; virilhas, axilas e xoxotas sem pêlos para sempre; bundas de qualquer tamanho............ e tantas otras cositas más.
Antigamente, a maior enganação de uma mulher, era fingir o orgasmo.
Será que isso tudo agora é vingança contra, as muitas vezes, traidoras ereções azuis dos homens?

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domingo, 17 de julho de 2011


Mas foi assim mesmo. Sem tirar nem pôr. Ela começou a amá-lo, quando ele, exatamente como a música de Belchior, segurou na mão dela por causa do medo de avião. Mas, e ele, a amou algum dia? Talvez não, porque ela sempre o perdoava sem ele nunca ter pedido perdão.

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sábado, 16 de julho de 2011


Deixou a namoradinha em casa, onze da noite, e foi pra farra. isso já era comum.
Não se pode confiar em mais ninguém nessa vida. Os homens absolutamente infantis, as mulheres absolutamente fúteis.
Mas essa menininha era diferente, ela não merecia isso. Tão inocente, coitadinha. Honesta de dar dó.
Ele sabia disso e também sabia do quanto ela estaria esperando por ele, pra sempre.
É exatamente assim que as pessoas são. Não valorizam enquanto possuem.
A namoradinha, não sabe que ainda vai sofrer bastante, mas, um dia, em algum futuro, próximo ou distante, vai saber que não adianta se entregar, só lhe resta possuir!
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segunda-feira, 11 de julho de 2011

OPRESSÃO - A RUNA NAUT, NESTA POSIÇÃO, REPRESENTA O OPRESSOR


- Se você provar que não mentiu pra mim, eu não mudo de casa.
- Como não muda? Você já comprou o apartamento. Pior ainda, já tirou a aliança. E por quê? Por uma simples desconfiança? E eu nem estou aí pra te impedir. Não dá pra esperar eu voltar pra gente conversar direito?
- Tá vendo. Eu sabia. Você não pode me provar que não me traiu. Não tem como reverter essa situação.
- Reverter a situação? Não existe mais isso. Não tenho mais nada para reverter. Já pensou se todas as milhares de vezes que desconfiei de você, eu tirasse a aliança, comprasse um apartamento e me mudasse? Estaria cheia de imóveis espalhados por aí. E olhe que tive motivos de sobra pra fazer isso, mas não queria te perder. Você me conhece bem. Sabe de tudo que não sou capaz de fazer. Não adianta ficar me acusando.
- Eu sei que você me traiu. Você não me ama mais. Eu sinto isso......não acredito no que você fez com as nossas vidas.
- Como é??  Você é muito cara de pau. Deixe de se fazer de vítima. Não ser mais idiota é não te amar mais? Você sempre quis se separar de mim e agora conseguiu da maneira mais infeliz possível. Isso não se faz. Mas foi bom. Me provou coisas das quais eu sempre suspeitei. Inclusive confirmou a existência da sua comparsa, que até a mãe de santo já tinha visto. Outra coisa, você dizia o tempo todo que eu era ciumenta, enchia seu saco, era cuidadosa em excesso, grudenta, aí quando resolvo cuidar da minha vida, ser mais independente, por exemplo, você me chama de vagabunda e traidora. Cansei de correr atrás de você, de me humilhar implorando por amor.
- Você é louca mesmo. Me trai e ainda fica me acusando. Troque de analista urgentemente, porque essa, só está te deixando pior.
- Eu desisto! É muito mais fácil pra você assumir esse papel de vítima do que reconhecer que sempre quis voltar pra sua vida fútil e superficial. Não faça isso, por favor. Não vou conseguir ficar longe de você.
- Ô? Então porque me traiu??
- Porra!!!!!!!!!!!!  Eu não te traí!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
- Então prove!
- Prove você que nunca me traiu!
- Impossível falar mais alguma coisa com você. Adeus!
- Tá bom então. Adeus!
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domingo, 10 de julho de 2011

Pai, obrigada por tudo. Te amo!


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sexta-feira, 8 de julho de 2011


Clarice saiu correndo.  Estava sozinha. Sem companhia. Subiu aquele morro de barro molhado, escorregando algumas vezes. Não enxergava nada. As lágrimas misturadas com a água da chuva embaçavam a visão. Seu pensamento continuava claro. Tão claro, que a fez fugir sem olhar para trás. Decepção. Ele já estava muito longe. Em outro lugar. Do outro lado do morro. Onde o barro já estava seco. Ela corria para ele, mas a distância era enorme – restou apenas o ingrato rastro do pó vermelho.

Ilustração - Pati Woll

quarta-feira, 6 de julho de 2011


Descobri porque uso tantas reticências nos meus textos.......não me dou muito bem com os pontos finais.....

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terça-feira, 5 de julho de 2011

E o morto não morrido não é fantasma, mas incomoda por ser assombração quando aparece vivinho da silva na minha frente. E morre sem morrer dentro de mim novamente.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

- Você é sempre tão silenciosa assim?
- Silenciosa, eu?
- Sim.....você.
- Mas eu não sou silenciosa.
- Pensa muito. Sinta mais.
- Mas eu sinto. O fato de pensar muito não impede que eu sinta. E achei que estava tão entregue....
- Não foi isso que eu senti agora. Você está travada.
- ....................................................??.............
- Muito travada.
- Deve ser porque não sou performática.
- Não é isso. Quero você inteira aqui comigo.
- mas...............eu estou totalmente com você. Por acaso, você já parou pra pensar como está a minha cabeça?
- Não tinha pensado.
- Pois é, então pense um pouco - Não gosto de momentos de incerteza. Tenho dificuldade de me desapegar do passado. O quanto eu sempre quis ter o mesmo amor para sempre, mas chegou um momento em que só o meu querer, sozinha, não funcionou. Sabe o que acho? A trava está em você.  Está com medo de que tudo seja bom. Se for muito bom, vai mudar as nossas vidas. Quem não está se entregando é você. E quer saber? Eu não quero deixar de ser silenciosa e nem quero mais mudar a minha vida. Cansei.
- Você tem toda razão.....não é tão silenciosa assim.
-Hã??
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quarta-feira, 22 de junho de 2011


O dramin B6 não resolveu o enjôo que veio forte, e ela foi parar no hospital. Sempre querendo colocar pra fora o que incomoda. Tudo que ela não consegue digerir - O sentimento de incompreensão junto com tanta dor, mágoa, injustiça e ingratidão se transformam em enjôo, quando não viram agressividade. E o que seria dela, se não existisse esse escape.
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Ilustração - Pati Woll

domingo, 19 de junho de 2011


E quando olhei, estava tudo nítido novamente. Com as cores de sempre, sem o esfumaçado do delírio............
porque sim.... aquilo só pode ter sido um delírio, induzido pela sedução. Desapareceu em um simples ato de desencantamento.........
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quarta-feira, 8 de junho de 2011

SONHO MEU

Era rosa a camisa dele, rosa seco, meio acinzentado. Ela sempre gostou de homem vestido de rosa – fica másculo. Ele tinha o cabelo bem curto, passado máquina. E ela sempre gostou de homem com cabelo tipo escovinha - bom de passar a mão.
Ele não contou conversa, segurou o pouco cabelo que ela tinha na cabeça e bem suave encostou sua boca nos olhos dela e mais suave ainda, foi descendo a boca, até seus lábios se encontrarem - daqueles beijos nada calculados, sem se preocupar onde colocar a língua ou pra onde virar - as línguas se locomovem naturalmente e se alimentam da quantidade certa de ar e de saliva. Até o pensamento quer respirar. É um tempo recompensado de repouso da mente. Um tempo para se encontrar com a felicidade e apenas viver.
E ela agradeceu a Deus, por existir.
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domingo, 29 de maio de 2011


Supostamente, o som do carro não ia tocar nada que melhorasse o clima.
Ela estava com muito sono. Chovia pingos finos no vidro. Só queria voltar pra casa, fechar a porta do quarto, apagar a luz e acordar dois dias depois, alheia a tudo e a todos. Ele estava em prantos no banco do carona. Demorou tanto para soltar o choro e agora escorregava nele, se ensopava dele. Por ela, ele podia se sufocar na própria água. Ela afundou o pé no acelerador e ele colocou o cinto pra mostrar que estava com medo. Seguiram ouvindo apenas as palavras cantadas nas músicas, algumas, que às vezes, até se encaixavam, perfeitas, na situação, parecendo trilha composta para filme. O carro deslizava na pista como em piso de mármore, sem atrito. Nada de obstáculos. Nada de motoristas barbeiros interpondo o caminho.  Só a chuva e o vento e o peso dos pensamentos. Um sentimento de tristeza que deveria durar, sem passar tão rápido dentro dele, sem correr junto com o sangue pra ser eliminado totalmente após o circuito.

Um dia, em algum lugar, eles se conheceram e quando conversaram, se amaram. E passaram muitos dias sem sair de casa, subindo com as pernas na parede. Encostados no colchão que ficava em cima do chão, junto de diversas outras coisas espalhadas por aí - dois copos de água sujos de suco de uva; um cinzeiro transbordando de bagas de cigarro e uma pontinha de um baseado na borda; uma garrafa de vinho carmenere; uma caneca melada de resto de leite condensado, misturado com ovo maltine, comido colher por colher, bem devagar; 3 dvds de Groucho Marx e o livro de Sérgio Sant’anna “O Monstro” que estava na bolsa dela quando se encontraram. O lençol era uma mistura de cheiros - perfume, suor, baba, sexo, comida.
Grudaram nos primeiros meses. Saíam pra trabalhar e só pensavam em pular um em cima do outro, com declarações ridículas e promessas de afeição eterna. Ela passava todas as noites na casa dele e os finais de semana eram reclusões. Assistiam filmes, ouviam música, dançavam, bebiam, quase não dormiam ou, às vezes, dormiam o dia todo.

Mas nem tudo era o que parecia. Essa perfeição de novela. Dentro dela as coisas não eram tão inteiras, partiam da agonia para o medo. Tinha alguma passagem nele que nunca ficava muito clara. Era a pergunta simples que ele nunca respondia, o jeito como ele a tocava, as vezes que ele não ficava excitado - ou deixava de ficar em momentos cruciais.

Mesmo apenas no início da relação, ela entendia que o futuro com a obscuridade dele seria o seu estrago. E foi. 

2007

Ilustração - Pati Woll

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