quarta-feira, 7 de outubro de 2009

PODER

Ele desceu as escadas, passou pela recepção vazia. Já eram quase 20:00h, seu carro estava estacionado na rua. Viu de longe que ela estava lá, esperando ao lado do carro. Ele não falou nada, apenas olhou em volta, apertou o botão do alarme para abrir as portas. Entraram apressados, ela se sentou no banco do carona. Foi tudo muito habitual. Ele começou a dirigir, ligou o ar condicionado e ela passou a mão sobre a calça dele. Automaticamente, ele abriu o zíper e ela se abaixou nessa direção. Eles tinham pouco tempo, ela iria saltar no ponto de ônibus que ficava no caminho entre o trabalho e a casa dele. Eram os momentos que eles tinham - esses momentos da carona escondida. Ele já estava acostumado a esse sexo rápido, passava o dia esperando por essa sensação.

Ele fechou a calça. Ela passou a mão na boca, ajeitou o cabelo, pegou a bolsa que estava no chão do carro e desceu no ponto de ônibus. Agora levaria mais uma hora e meia, para chegar em casa. Ele não pensava no que acontecia na vida dela depois que saia do seu carro, só sabia das coisas que as pessoas comentavam - que ela tinha um namorado, um filho de seis anos e que dava em cima de todos os homens do escritório. Foi assim com ele, quando ela pediu a primeira carona, e já colocou a bunda em cima da mão dele, enquanto ele ainda tentava tirar as coisas do banco do carona pra ela sentar. Era uma bunda grande – daquelas duras e redondas, exatamente como ele gostava. O golpe da bunda na mão dele, sem intimidade, foi fatal.

2008

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