Clarice saía de casa aos domingos às seis da manhã. Andava até o ponto de ônibus e esperava quase uma hora. Depois de mais outra hora, chegava perto de seu destino. Neste dia ela não estava só, ele a havia seguido.
Quando desceram do ônibus, caminharam por alguns minutos. Não se olhavam. Chegaram e subiram as escadas calados. Não adiantava falar. Ele não a entendia mais.
Clarice tocou a campanhia e os dois escutaram dentro do apartamento, quando a velha se levantou da cadeira e cheia de dores no corpo se arrastou até a porta. Com um sorriso nos olhos recebeu Clarice. Elas se abraçaram, até que a velha viu o homem. “É ele!” pensou. “É por ele que Clarice está ficando tão feia”.
Clarice gostava de passar por lá todas as semanas. Entrava na solidão da velha para ouvir suas histórias. Conversavam sobre sentimentos.
Sentaram-se e a velha olhando para o homem perguntou a Clarice sobre a felicidade.
Desconforto. Ficou sem palavras. Como falar de algo apenas imaginado e nunca sentido. As coisas em sua vida aconteciam sem nenhum significado especial.
Ela achava que a felicidade era momento - espaços pequenos ou grandes de tempo que não eram contínuos.
Já que a felicidade não podia ser inteira, ela preferia ficar de longe, só olhando e nem por um momento pensar em se envolver com essa ilusão chamada felicidade.
Clarice não respondeu. Mudou de assunto.
A velha continuava olhando para o homem. Ele não se alterava, nem por fora, nem por dentro. Frio dormia, frio acordava, frio se comportava diante das pessoas.
A velha foi ficando triste. Se sentindo impotente, sem forças, apática.
Clarice, neste dia, tinha ido ao encontro dela, não para ouvir as suas histórias, mas para sugar a sua alma.
Cordoba-Ar-2005
domingo, 26 de dezembro de 2010
sábado, 25 de dezembro de 2010
Hoje eu quero ser homem. E, como um homem, quero respirar.
Quero dormir com a barriga para cima e roncar.
Um homem com energia de homem. Um homem macho. Não quero chorar, nem compreender, nem amar. Um homem como a maioria é - cheio de defesas.
Aí eu vou olhar pra você com minha cara de homem e você sentirá a minha mudança e verá em mim, você. E da mesma maneira que eu-mulher, você sofrerá pelo meu pensamento de homem-homem.
Cordoba-Ar - 2005
Quero dormir com a barriga para cima e roncar.
Um homem com energia de homem. Um homem macho. Não quero chorar, nem compreender, nem amar. Um homem como a maioria é - cheio de defesas.
Aí eu vou olhar pra você com minha cara de homem e você sentirá a minha mudança e verá em mim, você. E da mesma maneira que eu-mulher, você sofrerá pelo meu pensamento de homem-homem.
Cordoba-Ar - 2005
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Soube da Maglore no Tributo a George Harisson, do Cavern. Pesquisei e encontrei dois clipes muito legais. Músicas que você ouve e gosta de primeira. O EP tem cinco músicas. As letras são sensíveis e contam as histórias de nossas vidas, com melodias harmoniosas na voz. Uma mistura de Legião, Smiths, Strokes, Los Hermanos, Elite Marginal, Beatles, Pearl Jam..... Mistura de coisa boa, sempre dá coisa boa. E como diz Teago (o vocalista da Maglore) “Não quero que você carregue nem um peso, pelo medo de gostar, às vezes de um clichê.”
E eu...... adoro!
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domingo, 19 de dezembro de 2010
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
O GOLPE
Tudo planejado do inicio ao fim. Para deixá-la intimidada. Para deixá-la sem ação. Para deixá-la fraca. Golpes precisam ser muito bem tramados e certeiros. Sem falhas. Mas, um golpe baixo, já é uma falha. Uma falha de caráter. Uma atitude ardil.
Clarice olhou para o céu e o sorriso branco estava lá, mais uma vez, como uma pintura para ela.
E tinha certeza do seu merecimento: Isso sim era um golpe de mestre!
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Clarice olhou para o céu e o sorriso branco estava lá, mais uma vez, como uma pintura para ela.
E tinha certeza do seu merecimento: Isso sim era um golpe de mestre!
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domingo, 5 de dezembro de 2010
Hoje acordei com um pássaro verde no meu quarto. Não é uma metáfora. Foi um pássaro verde mesmo. Quase todas as janelas do apartamento estavam fechadas, mas ele entrou mesmo assim e veio parar no meu quarto. Voava de um lado para o outro.... tranquilo, sem angústia.
Era lindo meu pássaro verde, mas eu queria voltar a dormir e mesmo com um pouco de medo, consegui abrir a janela e ele se foi para voar livremente.............
sábado, 4 de dezembro de 2010
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
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