domingo, 31 de julho de 2011


A minha força, eu alimento do seu descaso. Pena que a minha tristeza, também.
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quinta-feira, 28 de julho de 2011


Nove da manhã, o homem, bem vestido, entrou no elevador, olhou para todas as pessoas calculadamente e se ajeitou em um cantinho. Era alto, sua cabeça ficava acima das outras. O elevador estava cheio e silencioso. Situação desagradável, mas ele não se incomodava nem um pouco, apenas observava e avaliava. Era um prédio comercial. O elevador parava em quase todos os 21 andares. Pessoas saiam, outras entravam, não tinha ascensorista. Elas começaram a estranhar aquele homem parado no mesmo lugar, e foram comentar com o segurança que também já tinha notado aquela situação curiosa.
Já eram duas da tarde e ele não sentia fome, nem sede, nem vontade de ir ao sanitário. Continuava lá como uma estátua viva. O segurança resolveu entrar no elevador pra conversar com ele, antes de tomar uma providência mais séria. Estava apreensivo, pois o homem poderia ser um suicida, um psicopata ou estar armado.
- Olá Cidadão, algum problema? Por que não sai do elevador?
Bem calmo ele responde:
- Estou me escondendo da chuva. Está chovendo muito. Não quero sair.
- Mas não pode, Cidadão. Você não pode passar o dia nesse elevador.
- Eu tenho medo de chuva, moço. Deixe eu  ficar aqui.
- Não dá não. Você está assustando as pessoas.
- Assustando por quê? Não estou fazendo nada.
- Exatamente por isso. Não é normal uma pessoa entrar no elevador e não sair.
O elevador continuava subindo e descendo, com pessoas entrando e saindo.
- Mas, moço, eu não quero sair.
- Mas, vai ter que sair, Cidadão.  Vamos logo. Vamos saindo.
E quando o elevador chegou ao térreo, o segurança começou a empurrar o homem para fora.
Envergonhado, sem reagir, saiu do elevador. Chorou quando viu a chuva e começou a correr em direção à rua. Continuou chorando compulsivamente enquanto corria para casa. Chegou encharcado. Tocou a campanhia e sua mãe abriu a porta. Ele se agarrou a ela com tanta força e tremendo chorou ainda mais. Caiu no chão e se lembrou que estava só. Não era da chuva que ele tinha medo. Na verdade, ele não queria era voltar para a sua casa vazia.
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Ô meu amor, não faça isso. A vida é tão rápida....passa assim, ó. Eu só queria andar na areia da praia com você e correr, com medo do raio, quando começasse a cair a chuva. Dar voltas de bicicleta pela rua, tendo muita atenção com os carros, por causa da historia do filho do pedreiro, que foi jogado com sua bicicleta, nos fios elétricos da rua, por um carro veloz. E fazer tanta coisa que não fizemos pelas mágoas mútuas.
Te abraçar bem forte e não te deixar ir nunca mais - isso que eu quero ......


Ilustração - Pati Woll

segunda-feira, 25 de julho de 2011


Em algum momento, a vida dela deixou de ser. 
Mas, a vida dele continuou sendo. E era exatamente como ele sempre quis. Parecia um martírio a vida com ela. Ele demonstrava o sacrifício. Ela não era, fisicamente, o que ele desejava. Até a cor da pele não era a sua preferida. Por isso, demorou tanto em decidir que deveriam ficar juntos.
Ela olhou pra frente, ao alto, e viu que as folhas verdes das árvores balançavam no ritmo do vento. Piscou o olho e aquele galho de folhas serelepes já não estava mais lá. Agora descansava seco e inerte junto à grama que crescia verde, e, seria, também, seca, em breve.


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sábado, 23 de julho de 2011

QUANDO ELE SE SEPARA E NÃO VALE A ÁGUA QUE BEBE, QUANTO MAIS....

XY - Oi. Tudo bem?
XX - Oi. Quanto tempo! Você está sumido.
XY – Pois é. Muito tempo mesmo! Estava há nove anos fora do mercado.
XX – Como assim fora do mercado?? Você estava onde?? Parou de trabalhar com publicidade?
XY – Não!!!!!! Continuo sendo o “the Best of the publicity”!
XX – rsrs. Ahhhh. Então, não entendi o que você quis dizer com esses anos todos fora do mercado.
XY – Passei nove anos casado. Afastado de tudo e de todos. Agora estou disponível novamente.
XX - ......ah, tá. (????!!!!! Eu escutei isso mesmo??)

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quinta-feira, 21 de julho de 2011


E a vida..........é pra quê mesmo?
Lutamos pra viver.........e??
e...........??
e um dia tudo se acaba......
muito sem graça isso.

terça-feira, 19 de julho de 2011

ENGANADOS, MAS, FELIZES.

Outro dia pedi pra pegar nos peitos de uma amiga que tinha colocado silicone. Sempre tive essa curiosidade! Fiquei impressionada, parecia tão natural. Não vi nenhuma diferença.
É incrivel como hoje em dia as mulheres enganam fácil - cabelos lisos por meses;  testas sem rugas; peles sem manchas; cinturas sem pneus; virilhas, axilas e xoxotas sem pêlos para sempre; bundas de qualquer tamanho............ e tantas otras cositas más.
Antigamente, a maior enganação de uma mulher, era fingir o orgasmo.
Será que isso tudo agora é vingança contra, as muitas vezes, traidoras ereções azuis dos homens?

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domingo, 17 de julho de 2011


Mas foi assim mesmo. Sem tirar nem pôr. Ela começou a amá-lo, quando ele, exatamente como a música de Belchior, segurou na mão dela por causa do medo de avião. Mas, e ele, a amou algum dia? Talvez não, porque ela sempre o perdoava sem ele nunca ter pedido perdão.

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sábado, 16 de julho de 2011


Deixou a namoradinha em casa, onze da noite, e foi pra farra. isso já era comum.
Não se pode confiar em mais ninguém nessa vida. Os homens absolutamente infantis, as mulheres absolutamente fúteis.
Mas essa menininha era diferente, ela não merecia isso. Tão inocente, coitadinha. Honesta de dar dó.
Ele sabia disso e também sabia do quanto ela estaria esperando por ele, pra sempre.
É exatamente assim que as pessoas são. Não valorizam enquanto possuem.
A namoradinha, não sabe que ainda vai sofrer bastante, mas, um dia, em algum futuro, próximo ou distante, vai saber que não adianta se entregar, só lhe resta possuir!
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segunda-feira, 11 de julho de 2011

OPRESSÃO - A RUNA NAUT, NESTA POSIÇÃO, REPRESENTA O OPRESSOR


- Se você provar que não mentiu pra mim, eu não mudo de casa.
- Como não muda? Você já comprou o apartamento. Pior ainda, já tirou a aliança. E por quê? Por uma simples desconfiança? E eu nem estou aí pra te impedir. Não dá pra esperar eu voltar pra gente conversar direito?
- Tá vendo. Eu sabia. Você não pode me provar que não me traiu. Não tem como reverter essa situação.
- Reverter a situação? Não existe mais isso. Não tenho mais nada para reverter. Já pensou se todas as milhares de vezes que desconfiei de você, eu tirasse a aliança, comprasse um apartamento e me mudasse? Estaria cheia de imóveis espalhados por aí. E olhe que tive motivos de sobra pra fazer isso, mas não queria te perder. Você me conhece bem. Sabe de tudo que não sou capaz de fazer. Não adianta ficar me acusando.
- Eu sei que você me traiu. Você não me ama mais. Eu sinto isso......não acredito no que você fez com as nossas vidas.
- Como é??  Você é muito cara de pau. Deixe de se fazer de vítima. Não ser mais idiota é não te amar mais? Você sempre quis se separar de mim e agora conseguiu da maneira mais infeliz possível. Isso não se faz. Mas foi bom. Me provou coisas das quais eu sempre suspeitei. Inclusive confirmou a existência da sua comparsa, que até a mãe de santo já tinha visto. Outra coisa, você dizia o tempo todo que eu era ciumenta, enchia seu saco, era cuidadosa em excesso, grudenta, aí quando resolvo cuidar da minha vida, ser mais independente, por exemplo, você me chama de vagabunda e traidora. Cansei de correr atrás de você, de me humilhar implorando por amor.
- Você é louca mesmo. Me trai e ainda fica me acusando. Troque de analista urgentemente, porque essa, só está te deixando pior.
- Eu desisto! É muito mais fácil pra você assumir esse papel de vítima do que reconhecer que sempre quis voltar pra sua vida fútil e superficial. Não faça isso, por favor. Não vou conseguir ficar longe de você.
- Ô? Então porque me traiu??
- Porra!!!!!!!!!!!!  Eu não te traí!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
- Então prove!
- Prove você que nunca me traiu!
- Impossível falar mais alguma coisa com você. Adeus!
- Tá bom então. Adeus!
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domingo, 10 de julho de 2011

Pai, obrigada por tudo. Te amo!


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sexta-feira, 8 de julho de 2011


Clarice saiu correndo.  Estava sozinha. Sem companhia. Subiu aquele morro de barro molhado, escorregando algumas vezes. Não enxergava nada. As lágrimas misturadas com a água da chuva embaçavam a visão. Seu pensamento continuava claro. Tão claro, que a fez fugir sem olhar para trás. Decepção. Ele já estava muito longe. Em outro lugar. Do outro lado do morro. Onde o barro já estava seco. Ela corria para ele, mas a distância era enorme – restou apenas o ingrato rastro do pó vermelho.

Ilustração - Pati Woll

quarta-feira, 6 de julho de 2011


Descobri porque uso tantas reticências nos meus textos.......não me dou muito bem com os pontos finais.....

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terça-feira, 5 de julho de 2011

E o morto não morrido não é fantasma, mas incomoda por ser assombração quando aparece vivinho da silva na minha frente. E morre sem morrer dentro de mim novamente.