Clarice saiu correndo. Estava sozinha. Sem companhia. Subiu aquele morro de barro molhado, escorregando algumas vezes. Não enxergava nada. As lágrimas misturadas com a água da chuva embaçavam a visão. Seu pensamento continuava claro. Tão claro, que a fez fugir sem olhar para trás. Decepção. Ele já estava muito longe. Em outro lugar. Do outro lado do morro. Onde o barro já estava seco. Ela corria para ele, mas a distância era enorme – restou apenas o ingrato rastro do pó vermelho.
Ilustração - Pati Woll
Chorar na chuva ou embaixo do chuveiro é bom demais... A água leva pra longe toda a tristeza...
ResponderExcluirbjs