sexta-feira, 30 de setembro de 2011

O amor é tão simples.....................
...........................quando se sente.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011


Estava escuro. Tinha acabado de faltar luz. Ela foi tateando do quarto até a cozinha pra encontrar o pacote de velas.  Era uma noite chuvosa e fria - sombria. Abriu a porta de cima do armário, onde ficavam as coisas não comestíveis, e, de primeira, achou as velas. Agora, onde estaria a caixa de fósforos? O fogão era elétrico. Só usava fósforo pra acender incenso. Foi até a sala e enfiou a mão na cristaleira de madeira de demolição. Estavam lá, os fósforos e os incensos. Espalhou as velas pela casa e deixou o incenso aceso na sala. Solidão e pensamentos de tantos absurdos acontecidos. Momentos que não voltam nem de outra maneira. Aproveitou as velas e rezou pelas enganações, sujeiras e injustiças. Um dia, breve, a energia será diferente. E a claridade das chamas, será tão forte e tranqüila que fará da amargura, a paz.
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terça-feira, 20 de setembro de 2011


Ela sempre cobrava mais do que ele dava. Não era nada material. Ela só queria que ele fosse uma pessoa melhor. Mas ele não tinha sensibilidade pra enxergar o que era amor e cuidado. Nunca tinha sentido isso....
Que pena.
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segunda-feira, 19 de setembro de 2011


Engraçado: outro dia, ouvi de uma mulher que se separou há pouco tempo, que estava feliz da vida por estar solteira.
Que bom pra ela.
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terça-feira, 13 de setembro de 2011


A vida é uma batalha e o negócio é nunca cansar.
Eu canso, mas continuo lutando. Não tenho permissão para parar. Só peço a Deus que me dê força pra enfrentar o medo e o isolamento.
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quinta-feira, 8 de setembro de 2011


XY.1 – Pois é, man, estou saindo com aquela loira gostosa.
XY.2 -  E é gostosa mesmo? Porque ela é feia pra caralho!! Parece uma bruxa.
XY.1 – Man, a mulher já foi logo me fazendo um boquete, no carro mesmo. E me deu “a bunda” na primeira noite. Sabe daquelas mulheres que não tem frescura?
XY.2 – Porra, véi, pode dar o cú que for, não encaro aquele bagulho não. E a vergonha de sair com ela com aquele shortinho jeans curtinho e atochado. Outra coisa, ela se acha boazuda, mas é gorda, isso sim.
XY.1 – Cê é viado é????? Não reparo nisso não.
XY.2 – Viado não, sou homem, mas tenho critérios. Você é que gosta de mulher bozenga, eu não.  Não saio por aí comendo qualquer uma não. Só me envolvo com quem conheço. Não achei meu pau no lixo!!
XY.1 – Que exagero da zorra. Ela foi mulher de nosso amigo, não é qualquer uma. Inclusive, ela tem essa cara de putona, que foi o que me fez ficar interessado por ela, mas, fica colocando no facebook que está apaixonada e que quer alguém pra namorar sério. Já não gostei disso. Eu sou super discreto com as minhas pegações, mas essas mulheres ficam se expondo e, consequentemente, acabam me entregando junto.
XY.2 – Quem manda você ficar pegando essas mulheres amigas entre si. Você tá querendo confusão mesmo. Até parece que não conhece mulher. Ainda mais mulher vagabunda, que adora roubar o homem da amiga pra provar que é melhor. Olhe, você que sabe da sua vida. Prefiro que achem que sou viado. Deus me livre de comer esse tipo de mulher. Boa sorte. Só espero que você esteja usando camisinha, porque pra uma dessas aparecer grávida, é daqui pra ali.
XY.1 – Nem me fale uma coisa dessa, man. Prefiro ter AIDS a ter um filho.
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XY.1 – Mas é verdade.   Prefiro mesmo. Sim....mas, vamos falar de você..........tá apaixonado, é? Sua conversa está muito estranha. Parecendo conversa de mulherzinha.
XY.2 – Rapaz, não quero falar mais não. Sério mesmo. Depois a gente continua, tá? Vou nessa. Abração.
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segunda-feira, 5 de setembro de 2011


E lá se vão as palavras ao vento, e, no meu ouvido, elas entram de susto. Hoje em dia, não me enraivecem tanto, essas palavras informativas. Me deixam doente, enojada, quase cruel. Mas no fundo, sinto mesmo é dó, dessas pobres almas apodrecidas.
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Um sorriso sem dente me deixa tão triste que abala qualquer tipo de estrutura em que eu esteja apoiada.
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quinta-feira, 1 de setembro de 2011


Clarice devia ter uns sete anos quando viu de perto, pela primeira vez, aqueles dois pedacinhos de vidro, presos por uns fios de ferro. Ficou encantada. Não tirava os olhos do rosto daquele jovem, que entrou na sala, enquanto ela arrumava, junto com sua mãe, a mesa para o jantar.
Era filho de uma prima distante e iria morar com eles por alguns anos, até terminar a faculdade de letras.
O rapaz foi levado ao quarto que seria dele. Ficava no andar superior da casa, em frente ao de Clarice. Era uma vida que acabava de começar.
Após o jantar, foram para a biblioteca. Clarice deitou no colo do pai. Sua mãe, como de costume, abriu um livro, que não era para crianças, e começou a ler um conto, em voz alta. O jovem se adaptou perfeitamente a esse costume de leitura noturna e logo nesta primeira noite, com muito prazer, leu um texto que havia selecionado de um dos livros.
Clarice parecia enfeitiçada por aqueles vidrinhos mágicos e seus olhos não mudavam de direção enquanto ele lia. Hipnotizada, olhava fixamente para aquelas duas íris cor de mel, dilatadas, atrás dos vidros.
Depois de ler a última palavra escrita na página, ele se calou, fechou o livro e tirou os óculos. Clarice, ainda em seu estado de torpor, os seguiu com os olhos enquanto eram colocados, pelo jovem, na mesinha de centro.
Todos foram dormir, menos a pequena Clarice, que esperou ansiosa as luzes se apagarem, para tocar naquele tesouro que havia sido esquecido por seu dono.
Com muito cuidado pegou aqueles vidrinhos que pareciam vivos, e, exatamente como o jovem fazia, colocou em seu rosto.
A sala começou a mudar de cor, ficou mais clara. No forro da poltrona à sua frente, apareceram várias florezinhas que nunca estiveram ali. Os livros, ao invés de terem manchas brancas em suas capas, agora tinham títulos, palavras, letras. Coisas começaram a surgir do nada. Ela descobriu um outro mundo ainda nunca visto.
Agora, sabia que por trás de toda explicação lógica que sua mãe havia lhe dado, sobre a importância daqueles vidrinhos, existia algo especial. Algo como a paixão. E, que, apesar de ser apenas uma menininha de sete anos, nunca mais queria ver a vida de outra maneira.
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Cordoba, 2005.