quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

EU

Ontem, uma amiga que leu o blog, me disse que a maioria dos meus textos eram muito pessoais e muito diretos para determinadas pessoas e que era muita ousadia minha.

Hoje, estou de folga do trabalho e resolvi arrumar a estante de livros. Achei um de Clarice Lispector que não tinha acabado de ler: "Aprendendo a viver". Peguei para folhear. E Olhe o que tem na orelha:
"A própria Clarice se inquietou com seu excesso de sinceridade, indagando, desesperada, a Rubem Braga: "Rubem, não sou cronista, e o que escrevo está se tornando excessivamente pessoal. O que é que eu faço?" Alertada pelo amigo da inevitabilidade do tom pessoal na crônica, ela tentou negacear: "Mas eu não quero contar minha vida pra ninguém." E, realmente não o faz. Relembra aqui e ali acontecimentos e experiências, mas sem seguir para as confissões desabridas. Contudo, acaba indo muito mais longe ao expor seu íntimo sem qualquer tipo de restrição, pudor ou distanciamento protetor da clave romanesca. O que torna alguns dos textos aqui coligidos tão contundentes e tão indispensáveis para a decifração da esfinge que é Clarice. "

Um trechinho do livro:
"É curiosa esta experiência de escrever mais leve e para muitos, eu que escrevia "minhas coisas" para poucos. Está sendo agaradável a sensação. Aliás, tenho me convivido muito ultimamente e descobri com surpresa que sou suportável, às vezes até agradável de ser. Bem. Nem sempre."

Por essa e por outras que Clarice é a personagem quando escrevo.

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