terça-feira, 28 de julho de 2009
domingo, 26 de julho de 2009
Clarice estava de cabeça baixa, olhos fechados, sentada na mesa, ouvindo God only knows, dos Beach Boys, enquanto ele, na porta da sala, olhava para ela, paralisado.
Estavam perdidos.
Estavam apaixonados.
Sorriu para ele - enfeitiçado por ela.
Ela imaginava se algum dia a mão dele tocaria cuidadosamente na dela. Se algum dia sentiria a respiração dele na pele do seu rosto.
A música acabou. Nenhuma palavra.
Já era hora de ir embora.
No caminho para casa, ela viu no céu, o sorrisinho de sua lua, feliz pela expectativa deles.
Estavam perdidos.
Estavam apaixonados.
Sorriu para ele - enfeitiçado por ela.
Ela imaginava se algum dia a mão dele tocaria cuidadosamente na dela. Se algum dia sentiria a respiração dele na pele do seu rosto.
A música acabou. Nenhuma palavra.
Já era hora de ir embora.
No caminho para casa, ela viu no céu, o sorrisinho de sua lua, feliz pela expectativa deles.
Coceira, Tosse e Hamlet
Toda vez que vou ao TCA fico me coçando. Não consigo entender o que é isso. Pode ser algum tipo de alergia, ou o teatro está cheio de bichinhos mesmo. Ontem foi muito pior. Podem me chamar do que quiserem, mas aguentar quase 4 horas de Hamlet foi quase insuportável. A peça poderia ter 2 horas a menos com certeza absoluta. E Wagner, que sempre achei excelente ator, desde os tempos em que ele nem sonhava em ficar famoso, estava muito forçado. Quando ele fazia aquela voz caricata e aguda do Hamlet louco então, pelo amor de Deus. Mas o público adorou, ou melhor, aplaudiu de pé e ainda fez uhuuuu! Peça com ator da Globo é assim mesmo - lotada. Eu aplaudi já colada na porta de saída, por não agüentar mais e por medo da gripe suína, pois a peça foi regida por coros intermitentes de tosses. Porque esse povo gripado não ficou em casa? Eu é que devia ter ficado em casa, lendo Hamlet.
Bem mais interessante.
quinta-feira, 23 de julho de 2009
LOVE
Ela abriu a porta e entrou pisando nos papeizinhos espalhados pelo chão da sala. Achou estranho, mas não teve ânimo para se abaixar e pegar um.
Quando entrou no quarto, a cama estava cheia de papeizinhos também. Se jogou sobre eles e a curiosidade fez com que ela visse que eram vários “Eu te amo” escritos em cores diferentes. Eram muitos, pela casa toda.
Que coisa cafona. Pensou.
Que coisa linda, meu amor. Falou quando estavam na cama, misturados aos milhares de “Eu te amo”.
Quando entrou no quarto, a cama estava cheia de papeizinhos também. Se jogou sobre eles e a curiosidade fez com que ela visse que eram vários “Eu te amo” escritos em cores diferentes. Eram muitos, pela casa toda.
Que coisa cafona. Pensou.
Que coisa linda, meu amor. Falou quando estavam na cama, misturados aos milhares de “Eu te amo”.
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Ela saltou do carro e foi em direção a ele.
Feliz. Estava feliz. Era o seu amor de longe. Estariam juntos de verdade. Ele tinha vindo para estar com ela.
Se abraçaram. Não se largaram por muito tempo. Não poderiam se separar outra vez.
Foram pela cidade, pelos lugares que eram só dela e que seriam deles, a partir deste momento. Ela mostrava a sua vida para ele.
Ele a beijou suave. Pôs sua língua entre os lábios dela. Ela sentiu a saliva. Sentiu o amor.....em uma outra língua.
2006
Feliz. Estava feliz. Era o seu amor de longe. Estariam juntos de verdade. Ele tinha vindo para estar com ela.
Se abraçaram. Não se largaram por muito tempo. Não poderiam se separar outra vez.
Foram pela cidade, pelos lugares que eram só dela e que seriam deles, a partir deste momento. Ela mostrava a sua vida para ele.
Ele a beijou suave. Pôs sua língua entre os lábios dela. Ela sentiu a saliva. Sentiu o amor.....em uma outra língua.
2006
terça-feira, 21 de julho de 2009
domingo, 19 de julho de 2009
ATITUDE, BABY.
Ontem teve show de Marcelo Nova. Sempre fico com preguiça de ir para qualquer show hoje em dia - Fila pra entrar, demora pra começar, fila pra pagar. Mas ontem tinha um incentivo: reencontrar meus amigos que conheci no rock’n’roll.
Eu tinha 14 anos quando os conheci, e devia ter uns 8 anos que a gente não se via. Engraçado...... nem pareceu tanto tempo assim. Estamos mais velhos, alguns casados, com filhos, mas a sintonia continua a mesma.
E Marcelo Nova?
Do Camisa de Vênus, só restou ele. A mesma cara de sempre, com o mesmo modelo de óculos e a mesma irreverência demagoga.
Quando cheguei já estava na metade do show, e a banda, agora, formada por um monte de meninos (alguns pareciam ter menos de 18 anos), tocava: "Oh, crianças, isso é só o fim, isso é só o fim". Mais um dos plágios que o Camisa fez e que nós só descobrimos muito tempo depois. Marcelo tinha um acervo de milhares de discos, já naquela época.
Tenho que confessar que fiquei emocionada.................ele cantou várias músicas daquela época. Lembrei de muita coisa: do primeiro show que fui no antigo Teatro Vila Velha, quando só tinha 13 anos e minha mãe me levou porque eu não podia entrar sem um acompanhante; de como fiquei impressionada com aquele bando de punk gritando “bota prá fudê”, apontando o dedo na cara de Marcelo Nova e seguindo atentamente tudo o que ele dizia; de achar o máximo quando um dos punks gritou: “Quero beber cocô ralo” - do mesmo jeito que achava o máximo os nomes das bandas: Gonorréia, Coice de mula, Delirium tremens etc.
Ontem, os músicos pareciam mais músicos do que Karl, Gustavo e Aldo, mas não prestei muita atenção neles, acredito que eles nem eram nascidos nessa época, nunca vão saber como era seguir o Camisa.
Eu tinha 14 anos quando os conheci, e devia ter uns 8 anos que a gente não se via. Engraçado...... nem pareceu tanto tempo assim. Estamos mais velhos, alguns casados, com filhos, mas a sintonia continua a mesma.
E Marcelo Nova?
Do Camisa de Vênus, só restou ele. A mesma cara de sempre, com o mesmo modelo de óculos e a mesma irreverência demagoga.
Quando cheguei já estava na metade do show, e a banda, agora, formada por um monte de meninos (alguns pareciam ter menos de 18 anos), tocava: "Oh, crianças, isso é só o fim, isso é só o fim". Mais um dos plágios que o Camisa fez e que nós só descobrimos muito tempo depois. Marcelo tinha um acervo de milhares de discos, já naquela época.
Tenho que confessar que fiquei emocionada.................ele cantou várias músicas daquela época. Lembrei de muita coisa: do primeiro show que fui no antigo Teatro Vila Velha, quando só tinha 13 anos e minha mãe me levou porque eu não podia entrar sem um acompanhante; de como fiquei impressionada com aquele bando de punk gritando “bota prá fudê”, apontando o dedo na cara de Marcelo Nova e seguindo atentamente tudo o que ele dizia; de achar o máximo quando um dos punks gritou: “Quero beber cocô ralo” - do mesmo jeito que achava o máximo os nomes das bandas: Gonorréia, Coice de mula, Delirium tremens etc.
Ontem, os músicos pareciam mais músicos do que Karl, Gustavo e Aldo, mas não prestei muita atenção neles, acredito que eles nem eram nascidos nessa época, nunca vão saber como era seguir o Camisa.
Fechei meu foco em Marcelo Nova - na sua atitude - e gritei: “bota pra fudê!”. Por pouco não botei o "dedo em i" na cara dele.
sábado, 18 de julho de 2009
ERA SÓ O QUE ME FALTAVA
Silvano Sales foi ver Luquinhas imitando ele no show. Queria ter visto a cara dele na hora.....rs
E Lucas ainda coloca assim no orkut junto com essa foto: "O Rei e o Príncipe do arrocha". rsrsrsrs Era só o que me faltava........ mãe do príncipe do arrocha.
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Luquinhas imitando Silvano:
quarta-feira, 15 de julho de 2009
Nunca gostei de ser mulherzinha – no sentido da feminilidade.
Nunca usei muita maquiagem, demorei pra fazer a unha, usava cabelos curtos, sapatos fechados, brinquinhos pequenos, calça jeans e camisetas.
Mudei. Tive que mudar.
Hoje, faço minhas unhas e até pinto com esmalte vermelho. Uso, de vez em quando, um pouquinho mais de maquiagem, salto alto, brincos grandes, colares......... Sou mais feminina, mas não perdi o meu jeito masculino de enxergar a vida.
Sempre gostei mais de ter amigos homens, mas nunca na vida consegui entender a irracionalidade da maioria deles, que não deixam de se enganar com uma mulherzinha – no sentido da vulgaridade.
Nunca usei muita maquiagem, demorei pra fazer a unha, usava cabelos curtos, sapatos fechados, brinquinhos pequenos, calça jeans e camisetas.
Mudei. Tive que mudar.
Hoje, faço minhas unhas e até pinto com esmalte vermelho. Uso, de vez em quando, um pouquinho mais de maquiagem, salto alto, brincos grandes, colares......... Sou mais feminina, mas não perdi o meu jeito masculino de enxergar a vida.
Sempre gostei mais de ter amigos homens, mas nunca na vida consegui entender a irracionalidade da maioria deles, que não deixam de se enganar com uma mulherzinha – no sentido da vulgaridade.
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Ilustração - Pati woll
segunda-feira, 13 de julho de 2009
CIVILIZADOS
Estava eu, mais uma vez dentro do carro, presa em um engarrafamento, indo para o trabalho e abrindo meu coração para os Beatles que nunca fui muito fã, quando eis que vejo pular da janela do carro da frente, uma garrafinha vazia de água mineral, direto para o canteiro.
Não acreditei quando em menos de dois segundos outra garrafa foi arremessada do mesmo carro. E não acreditei mais ainda, quando, logo em seguida, mais uma se juntou às outras no meio da grama.
Pois é..........ainda penso que vivo em uma civilização.
“Civilização é o estágio de desenvolvimento cultural em que se encontra um determinado povo. O desenvolvimento de uma civilização ocorre lentamente, logo é um processo. Vários fatores podem influenciar no desenvolvimento de uma civilização como, por exemplo, recursos naturais de uma região, clima, proximidade com outra civilização, liderança exercida por um determinado período etc. Uma civilização pode ser movida pela vontade de seu povo, de acumular riquezas, obter conhecimentos úteis, dominar militarmente outras regiões ou até mesmo buscar a qualidade de vida para as pessoas.”
O tempo vai passando e a minha vontade de interagir com a maioria dos civilizados também.
Se é essa a civilização que temos........ quero ser incivilizada mesmo.
Não acreditei quando em menos de dois segundos outra garrafa foi arremessada do mesmo carro. E não acreditei mais ainda, quando, logo em seguida, mais uma se juntou às outras no meio da grama.
Pois é..........ainda penso que vivo em uma civilização.
“Civilização é o estágio de desenvolvimento cultural em que se encontra um determinado povo. O desenvolvimento de uma civilização ocorre lentamente, logo é um processo. Vários fatores podem influenciar no desenvolvimento de uma civilização como, por exemplo, recursos naturais de uma região, clima, proximidade com outra civilização, liderança exercida por um determinado período etc. Uma civilização pode ser movida pela vontade de seu povo, de acumular riquezas, obter conhecimentos úteis, dominar militarmente outras regiões ou até mesmo buscar a qualidade de vida para as pessoas.”
O tempo vai passando e a minha vontade de interagir com a maioria dos civilizados também.
Se é essa a civilização que temos........ quero ser incivilizada mesmo.
terça-feira, 7 de julho de 2009
domingo, 5 de julho de 2009
MINHA IGREJINHA DE HUMAITÁ
Nas vezes em que me dei ao direito de pensar em casamento com igreja, padre, juiz e cia., pensava em casar na igrejinha de Mont Serrat - Humaitá, na cidade baixa, ao som de Waiting in vain, de Bob Marley.
Sempre achei essa coisa de casamento uma cafonice. Noivado então, nem se fala. Além do quê, só de pensar naquele percurso que a noiva faz, com todas as pessoas olhando, sinto uma vergonha!! Tem que ser muito sem vergonha pra desfilar daquele jeito na passarela.
Sempre que posso (já tem um tempo que não faço), adoro passear na cidade baixa, especialmente de noite. Vou à igreja do Bomfim, subo pelo convento da Sagrada Família, onde em frente tem a vista mais bonita da Cidade de Salvador, desço por Humaitá, depois continuo pela Boa viagem e volto pra Ribeira onde tomo caldo de cana, em frente à sorveteria.
A minha igrejinha de Humaitá foi reformada, o carro não faz mais a volta ao redor dela, mas as pessoas continuam sentadas nos muros que dão para o mar, fumando maconha e olhando para a lua. E, eu, permaneço ouvindo Waiting in vain, extremamente romântica.
quinta-feira, 2 de julho de 2009
A MI ME ENCANTA LA ARGENTINA
Conheci Daniel Burman depois de um amigo(Cássio) falar muito sobre ele. Consegui encontrar na GPW o "O Ninho Vazio" e "Leis de Família" - Que filmes lindos! Simples e intensos.
Ele só tem 34 anos e já dirigiu e roterizou seis longas. Um homem muito sensível, daqueles que escrevem a sua vida, choram e fazem chorar de emoção, como muitos argentinos(homens e mulheres) que conheci em 2005.
Ninguém pode ficar sem conhecê-lo. Se encantem....
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