quinta-feira, 2 de abril de 2009

SOMOS


Primeiro dia do ano de 2006.
Fomos para a praia. Eu, Ele, o Filho do irmão dele e o Filho do meu irmão. Um de cabelo dourado; Ele, moreno. O outro de cabelo castanho; Eu, branca. Os dois com cinco anos.
Entramos na água. O Filho do meu irmão grudou no meu braço com as duas mãos. Eu não podia dar um passo a mais para dentro do mar sem ele abrir um berreiro. O outro, pulou na onda, mergulhou, sozinho, solto, seguro. Superior a qualquer medo.
Eu olhava aquela falta de fragilidade e excesso de autopoder. Nada derrubava ele.
Do meu lado, da minha família, a sensibilidade, o medo de ser melhor do que o outro, de ser orgulhoso. A necessidade do outro. A dependência do outro. A luta para ser mais forte.
Queria ser como o Filho do irmão dele.....para assim ser mais suave.



2006

2 comentários:

  1. Depois que a psicanálise postulou a nossa incompletude, caímos na mais imensa perplexidade. Mas, as tradições exotéricas dos mistérios da existência já anunciavam há milhares de anos que somos um com o todo, quer dizer imcompletos...quem sabe consigamos passar da complexidade à suavidade...

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  2. errata...(ou ato falho!?)
    ...onde se lê complexidade, leia-se perplexidade.
    ...da perplexidade à suavidade ...na busca da inteireza

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