Clarice saía de casa aos domingos às seis da manhã. Andava até o ponto de ônibus e esperava quase uma hora. Depois de mais outra hora, chegava perto de seu destino. Neste dia ela não estava só, ele a havia seguido.
Quando desceram do ônibus, caminharam por alguns minutos. Não se olhavam. Chegaram e subiram as escadas calados. Não adiantava falar. Ele não a entendia mais.
Clarice tocou a campanhia e os dois escutaram dentro do apartamento, quando a velha se levantou da cadeira e cheia de dores no corpo se arrastou até a porta. Com um sorriso nos olhos recebeu Clarice. Elas se abraçaram, até que a velha viu o homem. “É ele!” pensou. “É por ele que Clarice está ficando tão feia”.
Clarice gostava de passar por lá todas as semanas. Entrava na solidão da velha para ouvir suas histórias. Conversavam sobre sentimentos.
Sentaram-se e a velha olhando para o homem perguntou a Clarice sobre a felicidade.
Desconforto. Ficou sem palavras. Como falar de algo apenas imaginado e nunca sentido. As coisas em sua vida aconteciam sem nenhum significado especial.
Ela achava que a felicidade era momento - espaços pequenos ou grandes de tempo que não eram contínuos.
Já que a felicidade não podia ser inteira, ela preferia ficar de longe, só olhando e nem por um momento pensar em se envolver com essa ilusão chamada felicidade.
Clarice não respondeu. Mudou de assunto.
A velha continuava olhando para o homem. Ele não se alterava, nem por fora, nem por dentro. Frio dormia, frio acordava, frio se comportava diante das pessoas.
A velha foi ficando triste. Se sentindo impotente, sem forças, apática.
Clarice, neste dia, tinha ido ao encontro dela, não para ouvir as suas histórias, mas para sugar a sua alma.
Cordoba-Ar-2005
domingo, 26 de dezembro de 2010
sábado, 25 de dezembro de 2010
Hoje eu quero ser homem. E, como um homem, quero respirar.
Quero dormir com a barriga para cima e roncar.
Um homem com energia de homem. Um homem macho. Não quero chorar, nem compreender, nem amar. Um homem como a maioria é - cheio de defesas.
Aí eu vou olhar pra você com minha cara de homem e você sentirá a minha mudança e verá em mim, você. E da mesma maneira que eu-mulher, você sofrerá pelo meu pensamento de homem-homem.
Cordoba-Ar - 2005
Quero dormir com a barriga para cima e roncar.
Um homem com energia de homem. Um homem macho. Não quero chorar, nem compreender, nem amar. Um homem como a maioria é - cheio de defesas.
Aí eu vou olhar pra você com minha cara de homem e você sentirá a minha mudança e verá em mim, você. E da mesma maneira que eu-mulher, você sofrerá pelo meu pensamento de homem-homem.
Cordoba-Ar - 2005
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Soube da Maglore no Tributo a George Harisson, do Cavern. Pesquisei e encontrei dois clipes muito legais. Músicas que você ouve e gosta de primeira. O EP tem cinco músicas. As letras são sensíveis e contam as histórias de nossas vidas, com melodias harmoniosas na voz. Uma mistura de Legião, Smiths, Strokes, Los Hermanos, Elite Marginal, Beatles, Pearl Jam..... Mistura de coisa boa, sempre dá coisa boa. E como diz Teago (o vocalista da Maglore) “Não quero que você carregue nem um peso, pelo medo de gostar, às vezes de um clichê.”
E eu...... adoro!
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domingo, 19 de dezembro de 2010
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
O GOLPE
Tudo planejado do inicio ao fim. Para deixá-la intimidada. Para deixá-la sem ação. Para deixá-la fraca. Golpes precisam ser muito bem tramados e certeiros. Sem falhas. Mas, um golpe baixo, já é uma falha. Uma falha de caráter. Uma atitude ardil.
Clarice olhou para o céu e o sorriso branco estava lá, mais uma vez, como uma pintura para ela.
E tinha certeza do seu merecimento: Isso sim era um golpe de mestre!
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Clarice olhou para o céu e o sorriso branco estava lá, mais uma vez, como uma pintura para ela.
E tinha certeza do seu merecimento: Isso sim era um golpe de mestre!
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domingo, 5 de dezembro de 2010
Hoje acordei com um pássaro verde no meu quarto. Não é uma metáfora. Foi um pássaro verde mesmo. Quase todas as janelas do apartamento estavam fechadas, mas ele entrou mesmo assim e veio parar no meu quarto. Voava de um lado para o outro.... tranquilo, sem angústia.
Era lindo meu pássaro verde, mas eu queria voltar a dormir e mesmo com um pouco de medo, consegui abrir a janela e ele se foi para voar livremente.............
sábado, 4 de dezembro de 2010
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
domingo, 28 de novembro de 2010
Obrigada, Quintana
"O meu amor, o meu amor, Maria
É como um fio telegráfico da estrada
Aonde vêm pousar as andorinhas...
De vez em quando chega uma
E canta
(Não sei se as andorinhas cantam, mas vá lá!)
Canta e vai-se embora
Outra, nem isso,
Mal chega, vai-se embora.
A última que passou
Limitou-se a fazer cocô
No meu pobre fio de vida!
No entanto, Maria, o meu amor é sempre o mesmo:
As andorinhas é que mudam."
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sábado, 27 de novembro de 2010
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
ESPERANÇA
Emergência de hospital. Homem obeso no balcão. Menininho chega com a mãe.
-Mãe, olhe o barrigão desse homem! Barrigão! Barrigão!
Gritava o menino, olhando pra cima e pegando com o dedinho na barriga do homem.
A mãe, conversava com o atendente, como se nada estivesse acontecendo.
Eu também conversava com o atendente, só que absolutamente indignada com aquela situação. Que menino mal educado!
-Mãe, olhe o barrigão desse homem! Barrigão! Barrigão!
Gritava o menino, olhando pra cima e pegando com o dedinho na barriga do homem.
A mãe, conversava com o atendente, como se nada estivesse acontecendo.
Eu também conversava com o atendente, só que absolutamente indignada com aquela situação. Que menino mal educado!
O menino foi atendido, enquanto eu e o homem ficamos na recepção do hospital esperando a nossa vez. Percebi que o homem estava com uns pedacinhos de papel na mão e fazia diversas dobras, sem parar.
O menino saiu da consulta aos prantos. Tinha tomado uma injeção. Ele e a mãe sentaram-se ao lado do homem, mas o menino nem prestava mais atenção no barrigão.
O homem olhou para o menino chorando e com muita delicadeza lhe ofereceu um papel todo dobradinho. O menino parou de chorar e prestou atenção naquele barrigão que acabava de se transformar em um lindo passarinho de papel. Um origami. Um carinho.
O homem olhou para o menino chorando e com muita delicadeza lhe ofereceu um papel todo dobradinho. O menino parou de chorar e prestou atenção naquele barrigão que acabava de se transformar em um lindo passarinho de papel. Um origami. Um carinho.
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quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Eram tantas lágrimas que desciam por aquele rosto todas as noites, que os olhos dela sempre amanheciam roxos e inchados. Uma lágrima parou na ponta do nariz e começou um processo de cristalização. Agoniada, tentava arrancar aquela gotinha cristalizada com a ponta da unha até sangrar, mas na noite seguinte, outra lágrima parava naquele mesmo lugar e cristalizava outra vez. Ela desistiu de tentar arrancar e todas as noites alguma gotinha parava na mesma pontinha do nariz e juntava com a outra e ia crescendo. A gotinha cristalizada incomodava mais que as milhares de lágrimas que caíam todas as noites de seus olhos, pois todas as outras passavam e essa resolveu fincar raiz.
2007
terça-feira, 12 de outubro de 2010
DIA DAS CRIANÇAS
Menininho de 10 anos correndo pelo shopping, lotado, encontra uma nota de 10 reais.
- Vô, olhe o que eu achei.....
- Achou como? Onde? De quem é?
- Achei no chão. Não tinha dono não, vô. Agora é meu. Eu que achei.
- Não é seu não, meu neto. Se estava no chão foi porque alguém perdeu. E se é de alguém, temos que devolver.
- Mas, vô......devolver pra quem? É meu. Eu achei.
- Olhe só, não é certo ficar com nada dos outros.
- Mas, como é que a gente vai achar esse dono do meu dinheiro que eu achei nesse “shoppão” cheio de tantas pessoas?
- Tive um idéia: vamos deixar o dinheiro com aquele segurança ali. Ele vai devolver pra pessoa que perdeu.
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sábado, 2 de outubro de 2010
OBJETIVIDADE MASCULINA
Mulher 1: Venha cá, por que homem gosta tanto de bunda? Não consigo entender isso.
Mulher 2: Nem todos. Os americanos preferem peito.
Homem: Meninas, isso é uma questão de lógica: Americanos gostam de leite, brasileiros gostam de merda.
Mulheres: ............................................................................................................
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sexta-feira, 17 de setembro de 2010
FINALMENTE SE AJOELHOU
Foram dois minutos intermináveis. Ele caminhava de um lado para o outro do quarto.
“Terminou”, pensou Clarice, sentada na cama e acompanhando cada passo que ele dava. Eram passos cadenciados. Pareciam marcados para uma coreografia. Os sapatos dele faziam barulhos graves no chão.
Ele a olhava de cima, sentindo uma mistura de todos os sentimentos, menos culpa. A culpa era dela. Ela que tinha traído. Ela que tinha conhecido outro homem. Ele sabia de tudo.
Clarice continuava olhando para aqueles passos nervosos. Pensava em quanto havia tentado evitar tudo aquilo. Mas o acúmulo de mágoas fez com que o corpo dela não se movesse mais para ele. A pele já não se arrepiava, a mão não acariciava, a boca não abria, os olhos não se fechavam....até que apareceu o outro homem.
Uma chuva pesada começou a cair e o barulho dos pingos grossos se confundia com os dos sapatos.
Clarice se deitou na cama olhando para o teto e, por um momento, pensou ter apoiado a cabeça no peito do outro homem. Fechou os olhos e apenas escutou a chuva, os barulhos graves no chão haviam sumido. Ela entrou em um momento só seu. Tocou com as pontas dos dedos os lábios do outro homem, que, imediatamente, encostou o seu corpo no dela. Cada pedacinho da pele de Clarice tremia e ela entrou em sintonia com a vida novamente.
Escutou o barulho grave no chão. Ele voltou, parou em sua frente e se ajoelhou, colocando os cotovelos nas pernas dela, que já estava sentada. Deu um beijo em cada olho de Clarice, agarrando o seu rosto com as duas mãos. E, com uma voz suave, sentindo finalmente a culpa dentro dele, pediu perdão.
Cordoba - Argentina, 2005.
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
Céu azul acinzentado; árvores esturricadas, duras, tesas; grama seca, palhenta.
Mais de 100 dias sem chuva. Falta ar. Parece que estou em uma cúpula gigante de vidro. Toda vez que vislumbro a Esplanada, sinto que a terra é realmente redonda. E que estou dentro dessa cúpula inquebrável e sufocante, igual ao episódio dos Simpsons, onde Springfield está tão poluída que precisa ser isolada por uma redoma de vidro. Aqui, a poluição está fora da cúpula, mas parece que o ar também ficou por lá.
Mais de 100 dias sem chuva. Falta ar. Parece que estou em uma cúpula gigante de vidro. Toda vez que vislumbro a Esplanada, sinto que a terra é realmente redonda. E que estou dentro dessa cúpula inquebrável e sufocante, igual ao episódio dos Simpsons, onde Springfield está tão poluída que precisa ser isolada por uma redoma de vidro. Aqui, a poluição está fora da cúpula, mas parece que o ar também ficou por lá.
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sexta-feira, 27 de agosto de 2010
EM CASA
Hoje me vi parada em uma sinaleira, quase na frente da catedral, cantando Madonna bem alto (....cause you got the best of me....), com uma pinça na mão e tirando fios sobressalentes da minha sobrancelha. Só posso estar me sentindo em casa. Acho que gosto de Brasília. rsrsrs
http://www.youtube.com/watch?v=rSaC-YbSDpo&ob=av2e
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sábado, 21 de agosto de 2010
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
SOU MESMO
Sou mesmo impaciente
Sou mesmo imediatista
Sou mesmo objetiva
Sou mesmo obsessiva
Sou mesmo nervosa
Sou mesmo mimada
Sou mesmo dengosa
Sou mesmo carente
Sou mesmo sentimental
Sou mesmo exagerada
Sou mesmo chata
Sou mesmo gulosa
Sou mesmo agressiva
Sou mesmo romântica
Sou mesmo ciumenta
Sou mesmo possessiva
Sou mesmo insegura
Sou mesmo imaginativa
Sou mesmo eu.
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quinta-feira, 19 de agosto de 2010
MOMENTO FUTILIDADE II
Ontem assisti mais um “Saia Justa” antigo. A entrevistada era Elza Soares. Ela falou de todo sofrimento na favela e de como começou a carreira no programa de rádio de Ary Barroso, sendo super humilhada por causa de sua aparência maltrapilha. A platéia ria e até Ary Barroso tirou sarro dela perguntando de qual planeta ela tinha vindo. Ela, já tendo perdido um filho de desnutrição e com outro pra morrer, respondeu com força: “Do mesmo planeta que o senhor veio. Da fome!”. A platéia se calou e quando ela acabou de cantar, ele disse, que, naquele momento, nascia mais uma estrela!
Mas é lógico que a entrevista não ia ficar nessa profundidade toda. Começaram a perguntar o que ela fazia para estar daquele jeito. Ela, muito faceira, disse que além de cremes, malhava 3 horas por dia, por isso, tinha a constituição física de uma pessoa de 28 anos. A mulher tem mais de 70 anos!
Agora, como vão ficar os meus dias aqui, depois dessa entrevista?
3 horas passando creme e 3 horas malhando. Ahahahahaahahahahha.
Socorro! Acho que estou passando por algum distúrbio momentâneo de não aceitação da idade!
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quarta-feira, 11 de agosto de 2010
Além de comer, ler e ver televisão, descobri outra coisa que posso fazer aqui pra me distrair: passar cremes. rsrssrsr
Vi na semana passada uma entrevista de 2004, com Glória Maria, onde ela falava que era viciada em pílulas e cremes. Tomava mais de 100 pílulas por dia e usava diversos cremes, um por cima do outro. Acabava sempre sem saber qual o creme ou a pílula que realmente fazia efeito.
Pílulas, eu já tomo algumas, mas cremes, só usava os básicos. Para aproveitar a solidão e o clima seco daqui (ontem fez 7% de umidade), resolvi aderir ao vício dos cremes, e o meu ritual diário ficou muito engraçado.
De manhã, depois do banho, começo a passar os cremes:
1º - creme para a área dos olhos
2º - creme para pescoço e colo
3º - creme para diminuição de gordura no abdome – passo só na barriga e na cintura
4º - creme para redução da celulite – passo nas coxas e glúteos
5º - creme hidratante normal – passo nos braços, bustos, costas e batatas
6º - creme hidratante para o rosto – dia
7º - protetor solar para o rosto
8º - creme para os pés e mãos
Tenho que acordar meia hora antes, só por causa disso.
De noite, depois do banho, o mesmo ritual substituindo o de celulite do dia, por um de celulite da noite; o do rosto do dia por um do rosto da noite e me livro do protetor solar.
Vamos ver até quando isso vai continuar me divertindo.
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Vi na semana passada uma entrevista de 2004, com Glória Maria, onde ela falava que era viciada em pílulas e cremes. Tomava mais de 100 pílulas por dia e usava diversos cremes, um por cima do outro. Acabava sempre sem saber qual o creme ou a pílula que realmente fazia efeito.
Pílulas, eu já tomo algumas, mas cremes, só usava os básicos. Para aproveitar a solidão e o clima seco daqui (ontem fez 7% de umidade), resolvi aderir ao vício dos cremes, e o meu ritual diário ficou muito engraçado.
De manhã, depois do banho, começo a passar os cremes:
1º - creme para a área dos olhos
2º - creme para pescoço e colo
3º - creme para diminuição de gordura no abdome – passo só na barriga e na cintura
4º - creme para redução da celulite – passo nas coxas e glúteos
5º - creme hidratante normal – passo nos braços, bustos, costas e batatas
6º - creme hidratante para o rosto – dia
7º - protetor solar para o rosto
8º - creme para os pés e mãos
Tenho que acordar meia hora antes, só por causa disso.
De noite, depois do banho, o mesmo ritual substituindo o de celulite do dia, por um de celulite da noite; o do rosto do dia por um do rosto da noite e me livro do protetor solar.
Vamos ver até quando isso vai continuar me divertindo.
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segunda-feira, 9 de agosto de 2010
9 ANOS
Hoje, meia noite, bateram forte na minha porta. Que susto! Alguem chegando sem a recepcionista do hotel avisar? Que medo! Eram flores e um coração cheio de chocolate. Que lindo!
Adoro surpresas boas!
Hoje..... sete anos que assumimos que ficaríamos juntos de verdade. Mas, em 2010..........nove anos que nos encontramos, pra sempre.
Adoro surpresas boas!
Hoje..... sete anos que assumimos que ficaríamos juntos de verdade. Mas, em 2010..........nove anos que nos encontramos, pra sempre.
Te amo, Mio!
Ilustração - Pati Woll
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
sexta-feira, 23 de julho de 2010
ÔH COISA BOA
Aqui em Brasília - pelo menos para mim - a única coisa que se tem pra fazer, além de trabalhar, é comer.
Por isso, estou comendo muito. Ôh, coisa boa é comer!!
O que comer e onde:
.Cozinha Contemporânea – Restaurante Universal – Todos os pratos devem ser maravilhosos, mas o Cordeiro com cuscuz marroquino (comi) e o pato ao molho de tangerina com purê de mandioquinha (experimentei) são deliciosos.
.Cozinha Italiana – Trattoria da Rosário – Massa com bacalhau (comi) e Massa com lingüiça de javali (experimentei)
.Cozinha Variada (achei engraçado isso, pesquei da Veja) – Piantella – Risoto de salmão com queijo Mascarpone e caviar (comi e amei)
.Cozinha portuguesa – Sagres – o melhor bacalhau que já comi. Os docinhos portugueses também são maravilhosos.
.Doceria Francesa – Daniel Briand – Tudo gostoso!!!!
E vamos comer e comer e comer..... depois me resolvo com Fernando Hoisel.
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domingo, 18 de julho de 2010
LIVRO NOVO
"Na relação que tiveram, Sartre e Beauvoir nunca deixaram de viver como escritores. Era um engajamento total, todas as horas do dia. Prometeram contar "tudo" um ao outro, nos mínimos detalhes. Transformar a vida em narrativa era talvez seu prazer mais voluptuoso. .......... Era impossível dizer o que era mais satisfatório: a sensação voyerística de ouvir sobre a vida um do outro ou o conforto gostoso de narrar a própria. "
Prefácio do livro SIMONE DE BEAUVOIR E JEAN-PAUL SARTRE TÊTE-À-TÊTE
sexta-feira, 16 de julho de 2010
MSN COM CRIS, NO MEIO DA TARDE
K- Oi, tudo bem por aí?
C- Oi, Karlotinha.
K- Tô mole.
C- Eu também tô mole. Mas você tá mole por quê?
K- Acho que é gripe. Tô muito mole, aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii.
C- Eu tô mole, mas de tanto namorar. Acabei de namorar agora, uiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii.
K- Pô. Sacanagem!! Eu aqui, no trabalho, literalmente na secura de Brasília e você em casa, namorando. Rsrsr
C- Pois é Karlota, você aí na seca e eu, completamente úmida. hahahahaha
K- Olhe, vamos parar com essa conversa no meio da tarde. A única umidade que tenho aqui é a que vem do umidificador de ar, do meu lado. E já estou ficando além de mole, nervosa.
C- Tchau, um beijo úmido.
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terça-feira, 13 de julho de 2010
SORTE DE NOVO
No Brasil, a sexta-feira 13 é um dia de má sorte. Na Argentina, o dia 13 de azar é a terça-feira.
Clarice acordou naquela terça, 13, se olhou no espelho e se achou horrível. Pegou uma tesoura e começou a cortar uns pedacinhos do cabelo. Foi mudando de fisionomia, ficando aliviada. O cabelo cortado deu uma melhorada na energia. Ligou a televisão no canal local, era uma maneira de praticar o espanhol.
Estavam falando sobre o que se deve fazer e o que não se deve fazer na terça-feira 13.....
Primeira coisa: Não cortar o cabelo.
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sábado, 10 de julho de 2010
PARABÉNS, PAI ! SAUDADE
Carlos era um homem bom. Estava passando por uma fase difícil. Não tinha trabalho. Não tinha dinheiro. Vendeu tudo o que tinha.
Sua irmã deixou ele colocar as suas coisas em caixas, guardar no quarto que tinha sido de sua mãe e dormir no sofá da sala. O quarto era uma suíte com varanda, mas estava cheio de roupas velhas, sapatos surrados, frascos de perfume e de esmalte vazios, todo tipo de bugigangas inutilizadas pelo tempo, que a irmã nunca conseguiu se desfazer.
Ele, todas as noites, colocava o seu lençolzinho no sofá e, entre a poeira, com as costas encharcadas de suor, tentava parar de pensar em uma maneira de conseguir trabalhar e ter dinheiro.
Durante o dia, não sabia o que fazer. Algumas vezes, saía de carro, parava em frente à maré e esperava o tempo passar.
O tempo passava e ele não tinha uma televisão para se distrair, nem uma cama em um quarto para se deitar e apenas olhar para o teto e encher a cabeça de quietude. Não tinha dinheiro, nem paz. Tinha apenas vício no desespero.
Aos poucos, seu corpo adoeceu e ele não saía mais do sofá.
Agora, tinha uma justificativa para sua irmã continuar lhe sustentando. Faltavam-lhe forças para ir à luta mais uma vez. O mal-estar da humilhação esmurrava dentro dele.
Carlos, que homem bom! Mas, e a sorte?
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sexta-feira, 9 de julho de 2010
Nessa noite senti medo. Um medo indefinido.
Foi a primeira noite que passei sozinha depois que Sassau morreu. Me deu um medo do escuro, medo do frio, medo de entrar alguém pela porta do meu quarto do hotel, medo de ver alguém entrar pela parede do meu quarto do hotel.
Medo dessa falta de controle. Medo de estar sozinha. Medo do inesperado.
Foi isso: Medo do inesperado.
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quinta-feira, 1 de julho de 2010
SASSAU
lembrei de quando você nasceu. Eu tinha 9 anos e era louca por aquele bebezinho lindo que foi desenganado por vários médicos. Todos diziam que você não iria passar dos dois anos. Eu chorava tanto por meu priminho que eu achava que ia morrer. Tia Kátia lutou por sua sobrevivência, foram tantos processos espirituais e você viveu. Viveu pra ser essa pessoa linda, tão meiga, gentil, preocupada com os outros, com todos os seres vivos. Tão inteligente, detalhista, observador, interessado em saber da vida. Sabia tanto da vida, que entendia cada segundo do que sentia.
Sau, hoje choro com uma dor muito maior, desesperada, por não ter mais esperança. Ouço você conversando com a gente com seu sorriso doce , ouço sua música. Ouço você, meu primo, o homem lindo, sempre.
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sábado, 19 de junho de 2010
A CAMAREIRA
Sou uma camareira e hoje estou feliz, encontrei mais um amor. Quando comecei a trabalhar em hotel, tinha acabado de fazer dezoito anos e foi o único emprego que consegui. Tinha que trabalhar. Morava com meu pai em uma quitinete. Ele era vendedor em uma loja de tecidos. Isso acabava comigo. Ver meu velhinho (assim o chamava sempre) com seu cabelo branquinho, tão baixinho, tentando ser gentil, fazendo de tudo para vender um pedaço de pano. Às vezes, me escondia na rua, em frente à loja, e ficava observando. Via o cansaço em seu olhar, não podia deixá-lo ali. Ele pagava, há doze anos, o tratamento de minha mãe, que estava na casa de uma irmã e que alimentava nele o sentimento de culpa por tê-la deixado doente. Quando eu tinha quase seis anos, meu pai se apaixonou de verdade por outra mulher e saiu de casa. Ele tinha ido ao consultório com minha mãe, grávida de seis meses, quando conheceu a outra mulher e saiu de casa no dia seguinte.
Era um homem de quase sessenta anos, baixinho, de cabelos quase grisalhos, quase compridos – a simpatia em pessoa.
Ela (a outra) tinha vinte e seis anos, com aparência de mais. Estava grávida de oito meses e aguardava para ser atendida.
Ele esperava a esposa sair do consultório – gravidez de risco, quarenta e dois anos.
Se enxergaram. Alguns dias depois, ele estava na sala de parto, segurando nos braços o filho dela (da outra).
Quando saiu de casa, sua mulher grávida, desesperada, tomou dois comprimidos para dormir. Começou a sentir dores fortes no pé da barriga. Não reagiu. Nem percebeu que coisas saíam de dentro dela. A dor ficou maior. Chamou por Deus.
Ele voltou em casa e ela, seca, tentava amamentar seu filho nascido de seis meses, besuntado de sangue, inteiro e sem vida.
Minha mãe, depois disso, foi perdendo a força. O seu corpo não respondia aos seus pensamentos. Sentiu uma fraqueza progressiva e nunca mais saiu da cama.
Meu pai carrega essa culpa até hoje. A nova paixão não durou mais de dois anos e ele vive sozinho, comigo.
Estudei em colégios públicos, consegui fazer bons amigos. Passava os meus dias cuidando da casa, cozinhando, mas sempre arranjava tempo pra estudar e ler. Em frente ao nosso apartamento tinha uma locadora de livros. Sempre que conseguia juntar dinheiro, pegava algum para ler. Tinha uma relação de amor com os livros e todas as vezes que ia devolvê-los sofria profundamente. O dono da locadora ficou meu amigo e me ensinou muito sobre literatura. Ele me contava sobre a vida de cada escritor – quantos livros tinham escrito, quantos relacionamentos tinham tido, como morreram e, os ainda vivos, o que faziam.
Eu dava banca de português para algumas crianças do bairro e assim conseguia economizar algum dinheiro para alugar os meus amores, mas nunca pude comprar nenhum.
Quando fiz aniversário de quinze anos, o dono da locadora me deu um livro de presente - o que eu tinha gostado mais. Havia locado ele cinco vezes seguidas, só para senti-lo ao meu lado. Era a história de um jovem escritor que vai para uma outra cidade tentar a sorte. A maneira como era descrita a sua vida, os seus pensamentos, os seus temores, os seus sofrimentos, era tão leve, tão simples, que eu me apaixonei.
Quando abri o embrulhinho e vi a capa encardida do meu amor, que tanto já tinha ido e que agora estaria ao meu lado para sempre, descobri a felicidade e acreditei na segurança pela primeira vez.
Pequena, sempre tinha crises de vômito. Quando começava, não parava mais até ser internada e tomar soro na veia. Em todos os exames não aparecia nada. Quando começavam os primeiros sinais do enjôo, sua mãe sempre dava uma chave grande de porta de casa para ela segurar na mão, apertando bem. Era uma superstição. Era para abrandar. Algumas vezes dava certo alívio; em outras, não fazia nenhum efeito. Ela nunca soube qual a relação da chave com o enjôo. Chave que só podia ser de casa. Algo que não sai do lugar, sólido, seguro, garantido....
Firmeza - era isso que ela necessitava na infância.
Não conseguiu. Enjoada viveria para sempre.
Quando fiz dezoito anos, tirei minha carteira de trabalho e fui atrás de emprego em um hotel que ficava perto de casa. Me aceitaram logo, precisavam de uma camareira. Pagavam um salário e meio, o que era uma fortuna para mim. Quase o que meu pai ganhava depois de tantos anos de trabalho. Fui até a loja de tecidos contar a novidade e como sempre, antes de entrar, parei por um tempo e fiquei olhando para ele, com sua calça de tergal e uma camisa de algodão azul escura com a logomarca da loja. Chorei por alguns minutos, mas estava feliz, consegui encarar a cena e fazer parte dela. Meu pai me abraçou, já era final de expediente e saímos juntos. Comemoramos a novidade comprando, além do pão de cada dia, umas fatias de presunto, queijo, cerveja, Coca-Cola e uma barra de chocolate. Teríamos mais dinheiro dali para a frente.
Esqueci de contar à minha mãe e só no dia da minha primeira folga fui visitá-la. Nossos encontros eram sempre cheios de lembranças, mas prefiro não falar muito sobre eles.
Me adaptei rápido ao trabalho. Aprendi todos os truques para forrar camas, simplesmente me imaginava fazendo barquinhos e aviões de papel. Arranjei uma maneira de transformar o hábito em algo interessante: em cada quarto que entrava para limpar, observava todos os detalhes – as roupas, os objetos, os costumes, os cheiros....tentava descobrir como seriam aquelas pessoas. Algumas passavam muito tempo em um mesmo quarto e o transformavam em sua casa, outras, só uma noite. Esse meu método investigativo passou a se tornar uma obsessão. Em alguns casos, os mais atraentes, passava tanto tempo examinando os detalhes, que chegava a descobrir até mesmo o tipo físico da pessoa. Se era baixa ou alta; homem ou mulher - através da roupa. Se tinha cabelos lisos, encaracolados ou com caspa – através do shampoo; pele seca, oleosa, normal ou mista – através dos sabonetes e cremes. Se tinha barba, depilava ou raspava, e assim eu ia encontrando as minhas personagens e facilitando os meus dias completos de imaginação.
Algumas, sem adivinhar, me presenteavam deixando livros que estavam lendo no criado-mudo. Parecia que tinham trazido para mim e eu sempre lia um pouquinho de cada vez.
Até mesmo quando iam embora e eu não tinha terminado, ficava feliz por ter tido a oportunidade de conhecer mais um amor.... mesmo sem saber qual seria o final.
2006
sábado, 5 de junho de 2010
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, QUEM?!
Meu banho dura no mínimo vinte minutos. É embaixo do chuveiro ligado - bem quentinho de preferência - que eu medito.
São os dois momentos onde consigo me perder em pensamentos: No banho e dirigindo.
Canso de chegar de carro no lugar que estou indo e não sei como fiz o percurso. Vou totalmente no automático. Isso é um perigo.
Ricardinho vive me perguntando cadê minha consciência ecológica, minha preocupação com o futuro da terra, com os próximos habitantes etc etc.
Pois é. Sempre penso muito nos outros, mas, sinceramente, vou continuar tomando meus longos banhos quentes. E vou continuar pensando.
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sexta-feira, 28 de maio de 2010
DE NOITE, NA CAMA (AINDA SEM)
O apartamento que estou neste hotel, é de proprietário. Por isso esses acontecimentos estranhos. A cama cheia de bichos foi trocada por uma nova, a cortina cheia de bichos, foi lavada.
O hotel é super novo e os apartamentos são ótimos. Não o meu, que é de proprietário e que coloca os móveis que ele quer, sem seguir o padrão. Ontem dormi outra vez no sofá, não tive coragem de dormir na cama, mesmo nova. Hoje consegui uma outra imobiliária que tem apartamentos neste hotel e que segue o padrão. Seguir o padrão. É isso. Preciso que sigam o padrão pra resolver o meu problema de estádia em Brasilia.
Os Hotéis aqui em Brasilia estão sempre cheios, pelo menos durante a semana, então eles não se preocupam em tratar bem o Cliente, nem em negociar os valores. É impressionante, eles não fazem nenhuma questão em te agradar. É tipo: "Não quer não? Então saia logo que eu tenho outro hóspede pra ocupar este quarto."
Hoje, espero resolver o meu problema e passar a noite na cama, sem ficar pensando. Quero uma cama boa, só pra dormir mesmo.
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O QUE ACONTECE EM SALVADOR
O nosso apartamento foi vendido e alugamos um outro por seis meses. Acabei viajando antes desses acontecimentos e por causa do meu medo de avião, acabei não participando da mudança.
Uma noite, Ricardinho me liga todo feliz, pra contar que Lilica tinha feita algo incrivel. Pra ele elogiar assim, realmente deve ter acontecido algo extraordinário:
Com a mudança de casa, Lilica desacostumou de fazer suas necessidades no jornalzinho dela, ou seja, fazia em qualquer lugar. Fim de Semana, Ricardo em casa, castigo na hora -prenderam a coitada na área de serviço o dia inteiro. Eis que de noite surge Lilica na sala, alegre e sorrateira, mesmo com todo pavor que ela tem de Ricardo. Ela entrava e saia da sala como se quisesse mostrar alguma coisa. E queria. Tinha feito xixi no jornalzinho e veio contar para todos.
Que cachorrinha mais inteligente, meu Deus do céu!
Todos fizeram a maior festa, beijos e afagos na lindinha da Lilica. Saiu do castigo. Ricardinho que nunca encosta nela, colocou até no colo.
Nesses dias me esqueci de perguntar de Lilica, mas hoje conversando com minha mãe, ela começou a rir lembrando do episódio que não terminou aí. Naquela noite foram todos dormir satisfeitos com as façanhas de Lilica. No dia seguinte, quando Ricardinho levantou, Lilica tinha deixado um presentinho no chão da sala de agradecimento pra ele.
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Uma noite, Ricardinho me liga todo feliz, pra contar que Lilica tinha feita algo incrivel. Pra ele elogiar assim, realmente deve ter acontecido algo extraordinário:
Com a mudança de casa, Lilica desacostumou de fazer suas necessidades no jornalzinho dela, ou seja, fazia em qualquer lugar. Fim de Semana, Ricardo em casa, castigo na hora -prenderam a coitada na área de serviço o dia inteiro. Eis que de noite surge Lilica na sala, alegre e sorrateira, mesmo com todo pavor que ela tem de Ricardo. Ela entrava e saia da sala como se quisesse mostrar alguma coisa. E queria. Tinha feito xixi no jornalzinho e veio contar para todos.
Que cachorrinha mais inteligente, meu Deus do céu!
Todos fizeram a maior festa, beijos e afagos na lindinha da Lilica. Saiu do castigo. Ricardinho que nunca encosta nela, colocou até no colo.
Nesses dias me esqueci de perguntar de Lilica, mas hoje conversando com minha mãe, ela começou a rir lembrando do episódio que não terminou aí. Naquela noite foram todos dormir satisfeitos com as façanhas de Lilica. No dia seguinte, quando Ricardinho levantou, Lilica tinha deixado um presentinho no chão da sala de agradecimento pra ele.
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quinta-feira, 27 de maio de 2010
PAUL AUSTER E OS BICHINHOS NA CAMA
Cheguei ao hotel louca pra ver novela, depois deitar e ler "Invisível".
Liguei a TV e lembrei que tinha colocado umas roupas pra lavar há vários dias e nada delas. Fui até o telefone que fica ao lado da cama, falar com a recepcionista.
Enquanto aguardava uma resposta, notei que um pontinho preto se movimentava na capa bege do meu livro Invisível, que estava em cima da cama. Me curvei para chegar mais perto e vi que era um bichinho pequenininho caminhando rapidamente. Continuei falando ao telefone sem prestar muita atenção na conversa, olhei em volta do livro e percebi que aquele bichinho não estava sozinho, ele tinha irmãos, tios, pais, filhos, amigos. Eram vários, e todos andando na cama que eu dormia, no travesseiro que eu deitava minha cabeça, na coberta que eu me cobria.
Desliguei o telefone e fui ver o que era aquilo. Que bichos eram aqueles. De onde tinham saído. Para onde estavam indo. Nenhuma resposta. Apenas a convicção: Sair daquele quarto. E minhas coisas? E para onde ir? Nenhum outro hotel disponível em Brasília entre terça e sexta-feira.
Sentei no sofá (depois de verificar cuidadosamente se não tinha nenhum bichinho) e chorei.
Os bichinhos continuaram lá na cama até o dia seguinte. E eu, fui me ajeitar no sofá com Paul Auster, é claro, sem pontinhos pretos em movimento.
26.05.10
domingo, 23 de maio de 2010
SIGLAS.... QUANTAS SIGLAS.
Mais um final de semana sozinha. Todo mundo viajou e eu estou aqui, por causa do meu medo de avião. (Tenho que fazer um tratamento urgente). Fiquei com o carro alugado de minha amiga. Dirigir em Brasília sem gps não me dá medo. Me perco às vezes, mas sempre me acho.
Ontem fui trabalhar no lago sul dirigindo. Depois fui fazer minha unha no Shopping Brasilia. Depois fui no Shopping Patio Brasil. Depois fiquei no hotel assistindo GNT e fazendo palavras cruzadas. Sou viciada em televisão e gosto de dormir vendo TV, mas não tem televisão no quarto, só na sala. Não trouxe nenhum livro, e não tinha comprado nenhum até hoje, então me enchi com um monte de palavras cruzadas pra me distrair até pegar no sono.
Hoje depois do trabalho, inventei de ir ao Shopping Iguatemi. Não sei mais o que fazer aqui pra passar o tempo. Consegui chegar. O Shopping parece o Shopping Salvador, só que menor, mais bonito e com todas as lojas que só tinha visto nas revistas Elle, Vogue etc, tipo: Louis Vuitton, Carlos Miele, Forum Tufi Duek, Ricardo Almeida, Ermenegildo Zegna. É claro que continuei conhecendo de longe. Vai que fico entusiasmada e resolvo dar uma de estilosa. rsrs
Fiquei apaixonada mesmo pela Livraria Cultura. Muito melhor que a Saraiva. Todos os livros possíveis e imaginados. Comprei "Invisível" de Paul Auster e "Uma criatura dócil" de Dostoiévski.
Passei 4 horas no Shopping dando mil voltas pra passar o tempo. Quando sai, perguntei ao segurança como chegar no SHN - Setor Hoteleiro Norte (Brasilia e suas milhares de siglas): "A senhora vira na primeira a direita e segue sempre à esquerda até chegar na W3 Norte."
Virei na primeira a direita e fui parar na estrada pra Fortaleza. Me F.........
E cadê o retorno?? Nada de retorno. E lá ia eu pra Fortaleza. Mas nem assim fiquei com medo. Mil vezes ir pra Fortaleza do que estar em um avião.
Posto policial na minha frente. Parei. "Preciso de ajuda. Estou perdida." Os policiais me ajudaram: " A senhora faz o retorno aqui no posto. Não pode não, mas vou liberar pra senhora. vai direto até chegar naquele viaduto. Tá vendo? Chegando no viaduto, vira a direita e pega a esquerda no Eixinho. O Eixão está interditado.(Todo domingo o Eixão é interditado até 18 horas para lazer). Chegando no Eixinho, segue direto."
Consegui chegar no Hotel me perdendo diversas vezes. Mas me achando sempre.
Ôba, hoje tenho livros pra ler antes de dormir.
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Mais coisas boas de Brasília:
1. Temaki com alga crocante, da Koni Store. (Todos os temakis que já comi eram borrachudos). Deve ser tão crocante assim, por causa da secura do ar. rsrs
2. Hamburger de frango grelhado com shitake, molho teriaki e pão preto, da Marvin American Burgers
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sexta-feira, 21 de maio de 2010
O Clima nem está tão seco e eu já estou toda entupida, mole. Acho que é sinusite.
Deve ser o chocolate, o ovo mexido do café da manhã do Hotel, o sorvete e alguns outros docinhos com açucar branco que estou comendo ultimamente (Fernando Hoisel que nunca entre neste blog. rsrsr)
- Coisas boas de Brasilia que não se encontra em Salvador:
1. Suco de Aloe Vera. Sem açucar, sem conservantes, com mel e polpinhas que parecem pedacinhos de graviola.
2. Picolé de Pistache de uma marca italiana que esqueci o nome.
3. Sorvete de Ferrero Rocher
4. Suco de Amoras. Sem açucar, 100% natural. Bom, mas azedo.
5. Lojinha da Elvira Matilde.
6. Flores do Cerrado. Lindas! (Toda vez que vejo, automáticamente canto: "Mas da próxima vez que eu for a Brasilia, eu trago uma flor do cerrado pra você". rsrsrs)
Por enquanto é só.
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terça-feira, 18 de maio de 2010
MOMENTOS DA MINHA SOLIDÃO EM BRASÍLIA
Subtítulo: Enquanto ainda tenho um pouco de fim de semana
1. Domingo, sol, calor, ar seco. Fui caminhar na feira de artesanato da Torre.
Andei, andei, andei e dei de cara com uma barraca chamada "Mainha", que vendia abará, acarajé, vatapá, beijú....
Ainda não deu tempo de sentir falta da comida típica da Bahia, talvez daqui a uns meses, quem sabe.
Saudade da brisa do mar, da umidade, do horizonte. Sem falar das pessoas.
Feira de artesanato, que saco!
18.05.2010
1. Domingo, sol, calor, ar seco. Fui caminhar na feira de artesanato da Torre.
Andei, andei, andei e dei de cara com uma barraca chamada "Mainha", que vendia abará, acarajé, vatapá, beijú....
Ainda não deu tempo de sentir falta da comida típica da Bahia, talvez daqui a uns meses, quem sabe.
Saudade da brisa do mar, da umidade, do horizonte. Sem falar das pessoas.
Feira de artesanato, que saco!
18.05.2010
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