Carlos é um homem bom. Estava passando por uma fase difícil. Não tinha trabalho. Não tinha dinheiro. Vendeu tudo o que tinha.
Sua irmã deixou ele colocar as suas coisas em caixas, guardar no quarto que tinha sido de sua mãe e dormir no sofá da sala. O quarto era uma suíte com varanda, mas estava cheio de roupas velhas, sapatos surrados, frascos de perfume e de esmalte vazios, todo tipo de bugigangas inutilizadas pelo tempo, que a irmã nunca conseguiu se desfazer. Ele, todas as noites, colocava o seu lençolzinho no sofá e, entre a poeira, com as costas encharcadas de suor, tentava parar de pensar em uma maneira de conseguir trabalhar e ter dinheiro.
Durante o dia, não sabia o que fazer. Algumas vezes, saía de carro, parava em frente à maré e esperava o tempo passar.
O tempo passava e ele não tinha uma televisão para se distrair, nem uma cama em um quarto para se deitar e apenas olhar para o teto e encher a cabeça de quietude. Não tinha dinheiro, nem paz. Tinha apenas vício no desespero.
Aos poucos, seu corpo adoeceu e ele não saía mais do sofá.
Agora, tinha uma justificativa para sua irmã continuar lhe sustentando. Faltavam-lhe forças para ir à luta mais uma vez. O mal-estar da humilhação esmurrava dentro dele.
Carlos, que homem bom! Mas, e a sorte?
Fico muito triste por Carlos e torço para que definitivamente ele descubra rápido uma nova dinâmica para sua vida.Sei que não é fácil mas não é impossível...
ResponderExcluirmais um velho poema para você:
um lustre de cristal no centro da sala.embaixo a minha cara perplexa contando os pingentes em forma de prisma.
e aí alguma pista?
Não estou com cabeça pra tentar adivinhar.......
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